JUSTIÇA
Mendes: comparar conduta de Moraes à Lava Jato é irresponsabilidade
Por JORNAL DO BRASIL
[email protected]
Publicado em 14/08/2024 às 17:57
Alterado em 14/08/2024 às 19:31
Gilmar Mendes Pedro Ladeira/Folhapress
André Richter - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quarta-feira (14) que as acusações contra o ministro Alexandre de Moraes sobre uso de formas não oficiais para solicitação de informações não podem ser relacionadas com os métodos da Operação Lava Jato.
Nessa terça-feira (13), o jornal Folha de S.Paulo publicou uma reportagem na qual afirma que Moraes usou "formas não oficiais" para determinar a produção de informações para investigar aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro durante as eleições de 2022, período em que o ministro foi presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A declaração de Mendes foi feita durante a sessão do STF desta tarde, na qual o ministro defendeu a atuação de Moraes e disse que não há ilegalidade nas requisições. Pelas redes sociais, usuários compararam a situação com o julgamento no qual o Supremo declarou o ex-juiz Sergio Moro parcial para atuar em processos da Lava Jato.
Segundo o ministro, as comparações com a Lava Jato são "irresponsáveis" e sem "correlação fática".
O ministro do STF Gilmar Mendes diz que as denúncias trazidas pela Folha de São Paulo são uma "tentiva desesperada de desacreditar o Supremo" em busca de anistir "pessoas quer perpretraram atos graves como golpe (de estado)" e que nada na história tem paralelo com a Vaza Jato. pic.twitter.com/pVVbw8jafj
— William De Lucca (@delucca) August 14, 2024
"Moro, Dallagnol [ex-procurador Deltan Dallagnol] e sua turma subverteram o processo penal de diversas formas, com combinações espúrias, visando a condenação de alvos específicos. O juiz da causa dava ordens aos procuradores e aos delegados, orientava como deveriam ser as denúncias, mandava alterar as fases das operações, oferecia testemunhas à acusação, entre tantos outros absurdos que todos pudemos conferir", afirmou.
Na avaliação de Gilmar Mendes, a ilação busca desacreditar a atuação do Supremo.
"Querer comparar os métodos utilizados naquela operação com a forma de condução do ministro Alexandre nos procedimentos em curso nesta Corte é uma tentativa desesperada de desacreditar o Supremo Tribunal Federal, em busca de fins obscuros relacionados à impunidade dos golpistas", completou. (com Agência Brasil)