JUSTIÇA
Caso Marielle: Sargento da PM teria apresentado Ronnie Lessa a mandante do crime; e acabou executado
Por GABRIEL MANSUR
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Publicado em 24/07/2023 às 20:17
Alterado em 24/07/2023 às 21:32
O ex-policial militar Élcio Queiroz afirmou em delação premiada que o sargento da Polícia Militar Edimilson Oliveira da Silva, conhecido como Macalé e executado em 2021, teria apresentado Ronnie Lessa ao mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco, em 2018. Não há menção, no entanto, sobre de quem partiu a ordem inicial. As informações, que estão na delação premiada que foi firmada por Élcio com a PF e o Ministério Público do Rio de Janeiro no dia 14 de junho, foram reveladas pela TV Globo.
Macalé foi executado a tiros na Avenida Santa Cruz, em Bangu, Zona Oeste do Rio, em 2021. Câmeras de vigilância mostram quando ele andava com duas gaiolas nas mãos e um carro passa com criminosos fazendo disparos. O acesso a Ronnie Lessa e Élcio é mais difícil, já que ambos estão presos desde 2019 por envolvimento na execução da ex-parlamentar e seu motorista, Anderson Gomes. Os dois vão a júri popular pelos crimes.
Ainda de acordo com Élcio, Macalé teria ajudado Lessa a desvendar a rotina da então vereadora, seguindo e monitorando os passos de Marielle meses antes do crime, que aconteceu no dia 14 de março de 2018. Macalé também tinha uma forte ligação com o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, preso nesta segunda-feira (24) em consequência da Operação Élpis.
“Sim, da vigilância, o Edimilson Macalé esteve presente em todas, inclusive foi através do Edmilson que trouxe, vamos dizer, esse trabalho para eles. Essa missão para eles foi através do Macalé, que chegou até o Ronnie”, afirmou Élcio na colaboração.
O conteúdo da delação premiada foi divulgado nesta segunda-feira (24), após a PF deflagrar uma operação para prender o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, que também estaria envolvido no crime. Ele teria feito campanas junto com Macalé e participaria da emboscada, mas acabou sendo substituído.
De acordo com as investigações, o bombeiro também era o dono do carro usado para esconder as armas que estavam em um apartamento de Ronnie Lessa e teria ajudado a jogar o armamento no mar. Suel teria contado com ajuda de sua esposa, Alessandra da Silva Farizote, e João Paulo Viana dos Santos.
Esta é a primeira operação desde o início de 2023, quando a PF assumiu a investigação dos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, além da tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves.
Na delação, Élcio ainda confirmou que dirigiu o Cobalt prata usado no ataque e afirmou que Ronnie de fato fez os disparos com uma submetralhadora contra Marielle.