INFORME JB
Greve na Petrobras atinge 40 plataformas
Por GILBERTO MENEZES CÔRTES
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Publicado em 16/12/2025 às 11:03
Alterado em 16/12/2025 às 11:03
A plataforma P-74, que opera no pré-sal da Bacia de Santos Foto: André Ribeiro/Agência Petrobras
No primeiro dia de greve dos funcionários da Petrobras, decretada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), que representa os sindicatos dos trabalhadores da estatal em todo o país, várias refinarias estão operando sem rendição de turno e nada menos de 40 plataformas de produção de petróleo e gás estão com as atividades afetadas.
Até agora estão em estado de greve cerca de nove plataformas que operam atreladas a navios plataformas FPSO que concentram o recebimento da produção dos gigantescos campos do pré-sal. São elas a P-35; P-38; P-40; P-43; P-48; P-51; -54; P-56 e P-62
As FPSOs separam a água que vem com o petróleo das profundezas do mar e estocam o óleo e o gás, sendo o excedente reinjetado nos poços. A plataforma Almirante Tamandaré produziu o recorde de 270 mil barris equivalentes de óleo e gás no campo de Tupi em outubro.
A greve foi declarada após as negociações não avançarem em três pontos: o fim dos planos de equacionamentos dos déficits da Petros (o fundo de pensão da companhia, que aumentou os descontos mensais dos salários); o aprimoramento no plano de cargos e salários e garantias contra mecanismos de ajuste fiscal; e a de defesa de modelo de negócios alinhado ao fortalecimento da estatal para barrar o avanço de parcerias e terceirizações que, segundo a FUP “precarizam o trabalho” e abrem espaço às privatizações.
Outra reclamação diz respeito à distribuição de R$ 37,7 bilhões em dividendos de janeiro a setembro, mas a companhia só ofereceu reajuste real de 0,5% (acima da inflação) no Acordo Coletivo de Trabalho, em discussão.
As plataformas atingidas
Já houve desembarque de trabalhadores da P-58 e P-57 (bases do Sindipetro ES), da P-40 e da P-56. A orientação é que todos que aderirem à greve nas refinarias e nas plataformas entreguem a operação às equipes de contingência e peçam para serem liberados e desembarcados.
Plataformas em greve:
P-09; P-18; P-19; P-20; P-25; P-31; P-33; P-35; P-37; P-38; na P- 40 uns 90% aderiram à greve; P-43; P-47; P-48; P-51 (100% de adesão...primeiros 13 descerão somente no final do dia...ficarão ainda cerca de 40 para desembarcar);P-52; P-54; P-55; P-56; P-57 P-58; P-62; P-66; P-67; P-68; P-69; P-70; P-71; P-74; P-75; P-76; P-77; P-78; P-79; PNA1; PNA2; UMMA; UMVT; UMGR; UMS-ES
Refino e outras bases no país:
Amazonas: Terminal Aquaviário de Coari – 100% de adesão dos trabalhadores da operação.
Rio Grande do Norte: EDIRN – adesão de 90% dos trabalhadores da sede administrativa da Petrobrás em Natal.
Bahia: Campos de produção terrestre – adesão dos trabalhadores das bases de Fazenda Bálsamo (Esplanada), de Santiago (Catu), de Taquipe (São Sebastião do Passé), de Buracica (Alagoinhas) e de Araçás. Na Torre Pituba, onde ficam os trabalhadores da sede administrativa da Petrobras em Salvador houve atraso na entrada do expediente.
Minas Gerais: - Refinaria Gabriel Passos (REGAP)– sem rendição no turno; a - Termelétrica de Ibirité (UTE-Ibirité) –ficou sem rendição no turno; e a Usina de Biodisel Darcy Ribeiro (PBio/Montes Claros) também sem rendição no turno.
Rio de Janeiro: Refinaria Duque de Caxias (REDUC) – sem rendição no turno: a Unidade de Tratamento de Gás de Cabiúnas (UTGCAB/Macaé) teve corte de rendição no turno em andamento.
São Paulo: a Refinaria de Paulínia (Replan/Campinas), a maior do país, opera sem rendição no turno; na Transpetro Paulínia houve adesão à greve e regime de Poliduto operando com contingência. A Estação de Compressão de Paulínia (TBG), sem a entrada de grupo de contingência, ficou parada.
A Refinaria de Capuava (Recap/Mauá está sem rendição no turno. A Refinaria Henrique Lages (Revap/São José dos Campos) também opera sem rendição no turno e a Transpetro São José dos Campos teve também adesão à greve.
Paraná: A Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar/Araucária) opera sem rendição no turno. No Terminal da Transpetro de Paranaguá (Tepar) – houve corte de rendição e a contingência assumiu a unidade. Na Nesix , trabalhadores do núcleo de pesquisa da Petrobras também aderiram à greve.
Na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR) houve atrasos nas trocas de turno.
Santa Catarina: no Terminal de São Francisco do Sul houve corte de rendição e a contingência assumiu a unidade. No Terminal de Biguaçu – trabalhadores aderiram à greve.