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PF tira o sono de Cláudio Castro

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Por GILBERTO MENEZES CÔRTES
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Publicado em 04/12/2025 às 21:36

Alterado em 04/12/2025 às 21:55

Claudio Castro e Bacellar em evento de governo Foto: divulgação

A reação do governo Lula à proposta do ex-secretário de Segurança de Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) no PL Antifacção, de só autorizar ações da Polícia Federal nos estados e no DF com a anuência prévia dos governadores, o que permitiu a investida da PF que resultou na prisão, esta quarta-feira, 3 de dezembro, do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, deputado Rodrigo Bacellar (União-RJ), está tirando o sono do governador Cláudio Castro (PL-RJ).

Rodrigo Bacellar é o quinto presidente da Alerj preso pela PF. A longa lista começou com José Nader, em 1991, seguiu com Sérgio Cabral, com Jorge Picciani e Paulo Mello. Desde então, o único presidente que não foi preso é o deputado André Ceciliano, atual secretário de Assuntos Parlamentares do governo Lula.

Preso de surpresa

Bacellar foi chamado a uma conversa na sede da PF, na zona portuária, por volta das 9 horas da manhã do dia 3. Despreocupado, ao contrário do que fez com o deputado Thiego Raimundo dos Santos Silva (MDB-RJ), o TH Joias, a quem alertara, de véspera, do risco de prisão pela PF, sequer buscou esconder no seu carro maços de notas, achados pela PF, no valor de R$ 90 mil.

Ao dar entrada na PF no Rio de Janeiro, como parte da “Operação Unha e Carne” foi comunicado do mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, por acusação de vazamento de notícia (o mandado de prisão contra TH Joias em 3 de setembro).

Alertado, o deputado TH, que ostentava nas redes posando para foto deitado sobre um “colchão” de notas de 100, como resultado da lavagem de dinheiro da qual era acusado de beneficiar o Comando Vermelho, apagou o conteúdo do celular e contratou caminhão-baú para esvaziar pertences da residência. Mas, usando outro celular, passou informações a Bacellar do que fizera. Além da suspeita de vazamento de informações, Bacellar pode ser acusado de cumplicidade.

Os temores de Cláudio Castro
O governador fluminense tem razões históricas para temer a mesma "sorte" dos antecessores. A prisão foi o destino dos ex-governadores Moreira Franco, Anthony Garotinho, Rosinha Garotinho, Sérgio Cabral e Luiz Fernando Pezão. Cláudio Castro foi eleito em 2018 como vice do ex-juiz Wilson Witzel.

Witzel sofreu “impeachment” da Alerj e Castro, interino desde meados de 2020, assumiu o mandato em 2021, sendo reeleito em 2022, já pelo PL. Um dos fortes apoiadores da reeleição de Castro, Bacellar fez acordo com o governador para que este o apoiasse na sucessão, em 2026.

Atritos políticos

Mas Bacellar, que comanda politicamente secretarias (como Educação e Fazenda), criou atritos quando assumiu interinamente o cargo (o vice-governador, Thiago Pampolha, virou conselheiro do Tribunal de Contas do Estado e deixou a linha de sucessão), demitindo o secretário de Transportes Washington Reis (MDB).

O ex-prefeito de Caxias e aliado da família Bolsonaro era um dos virtuais candidatos à sucessão de Cláudio Castro, que Bacellar quis tirar do cenário. Acabou comprando dupla briga, com Castro e o clã Bolsonaro.

No entanto, sem impedir a atuação da PF, o governador, que já é tartamudo, preferiu ficar absolutamente calado e não se manifestar sobre a prisão do hoje desafeto. O governador teme troca de chumbo nos interrogatórios da PF.

O ex-governador Anthony Garotinho, que hoje anda livre leve e solto, faz pesadas acusações a Bacellar e insinua que pode sobrar troco para Castro.

TJ-RJ a postos

Com a possibilidade de a "cadeia" de sucessão no Executivo Fluminense estar do outro lado das grades, especula-se que o governo do ERJ possa passar às mãos do presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, desembargador Ricardo Couto de Castro.

Ribeiro Couto, promovido a desembargador em fevereiro de 2008, tomou posse da presidência do TJ-RJ em fevereiro. Ele é também professor na Escola de Direito da FGV.

Rio comemora 90 anos de Guguta Brandão
Se a Rua Nascimento Silva 107, uma das residências de Tom Jobim, em Ipanema, foi um centro para a renovação da música popular brasileira, a cobertura da Rua Redentor, para onde o casal Guguta e Darwin Brandão se mudou em meados dos anos 60, acabou sendo um dos pontos de resistência à Ditadura, implantada pelos militares em 1º de abril de 1964. A comparação foi feita por Ruy Castro em seu famoso livro “Ela é Carioca”.

Como relata o mais velho dos três filhos do casal, Henrique Brandão, ali, no topo de um prédio simples, vivia-se intensamente a atmosfera de resistência à ditadura e se discutia política e cultura daqueles tempos que se refletem até hoje na vida brasileira. ”O apartamento foi abrigo de clandestinos perseguidos pela ditadura e palco de festas memoráveis, frequentadas por jornalistas e políticos de variadas tendências – desde que fossem de oposição à ditadura –, cineastas, artistas plásticos, teatrólogos, compositores, músicos e alguns empresários progressistas. A convivência era democrática, mesmo que as posições políticas, eventualmente, fossem divergentes, sublinha. Muitos foram lá abrigados e saíram direto para o exílio”, recorda Henrique.

Um Fla X Flu em casa

Henrique, a propósito, lembra que, no casamento de Martha Alencar e Hugo Carvana, em 1968, o ator, tricolor fanático, convidou o time do Fluminense para a festa. Os garotos da casa, rubro-negros de berço, não deixaram passar em branco tal heresia: surgiram na sala empunhando a bandeira do Flamengo. “Saímos orgulhosos de nossa reação clubística”. Guguta, hoje, ri do episódio

No quarto que ficava no andar de cima, nos fundos da cobertura, muita gente boa ficou escondida nos anos de chumbo, recorda. O jornalista Milton Temer foi uma delas. 

A luta pela redemocratização

Quando Darwin Brandão morreu, em 1978, Guguta seguiu adiante nos projetos do casal. Continuou ativa na luta pela redemocratização do país, à frente do grupo fundador do Teatro Casa Grande. Foi ainda uma das organizadoras do Centro Brasil Democrático (Cebrade), entidade que tinha o arquiteto Oscar Niemeyer como presidente. E teve forte atuação na abertura política. Na campanha pelas Diretas Já (1984), convocada por Dr. Ulisses Guimarães, Guguta teve participação decisiva, coordenando a performance de artistas e intelectuais nos palanques Brasil afora.

Carnaval e samba

Nos toca-discos rodava muita MPB, samba, baião e jazz. Não à toa, justifica Henrique Brandão, “aprendemos a gostar de Carnaval em casa. Meus pais saíam na Banda de Ipanema desde o primeiro ano. Fomos levados aos desfiles das escolas de samba quando ainda não se pensava na construção da Passarela do Samba. Foi Guguta, a meu pedido, que ligou para o Aldir Blanc a fim de pedir autorização para usar o nome de um personagem de seu livro de crônicas, o “Esmeraldo Simpatia é Quase Amor”, em nosso bloco de Carnaval, que completou 40 carnavais em 2024, revela Henrique, orgulhoso da mãe que “frequenta teatro, não perde uma estreia no cinema, participa de discussões políticas com vivo interesse (detesta Bolsonaro e seus asseclas), é afetuosa e recebe o carinho das amigas e amigos que a rodeiam”.

A feijoada pelos 90 anos

Em dezembro de 2025, ela faz 90 anos. Por isso, os amigos estão convidados para dar “muitos vivas a Guguta” no domingo, 7 de dezembro, na feijoada de adesão, com direito a aperitivos e roda de samba animada pelo grupo “Samba de Ponta”, a partir das 14 horas, no Cais da Imperatriz, na Rua Sacadura Cabral, 145, na Saúde. O ingresso custa R$ 100 e as bebidas são à parte.

Mistura de Santa lança camiseta no sábado
Bloco de Santa Teresa, o Mistura de Santa vai celebrar a democracia no próximo Carnaval. A camiseta desenvolvida pelos artistas plásticos Jo Oliveira e Rosanna Naccarato será lançada neste sábado (6), no Solar do Mirante, com roda de samba gratuita, a partir das 19h.

Com referência às histórias em quadrinhos e à arte pop, em releitura do artista Roy Lichtenstein, a peça foi inspirada na parte da letra do samba que afirma: “Explosão de alegria é a Democracia”.

O Solar do Mirante fica na Rua Leopoldo Fróes, 163 – Santa Teresa.


O bloco Mistura de Santa desfila em Santa Teresa Foto: divulgação

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