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Por Jornal do Brasil

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Maduro rechaça Trump e rejeita ordens do 'dono do mundo' em telefonema; situação é insustentável para o venezuelano, dizem as fontes não nominadas da Reuters

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Publicado em 02/12/2025 às 06:05

Alterado em 02/12/2025 às 08:53

Maduro meteu uns óculos à moda Oruam e partiu pra cima. Até quando? Foto: Ansa/AFP

Agora que até parlamentares republicanos andam contrariados com com algumas más-intenções de Donald Trump e seus bombardeios a barcos de "narcotraficantes" no mar do Caribe, Maduro se inspira na coragem de Lula, que não passou recibo do estardalhaço gerado pela direita bolsonarista depois do 'tarifaço' já enfraquecido, e disse não ao "dono do mundo", que deu ordem para o venezuelano deixar o governo e se abrigar no guarda- chuva da Casa Branca à guisa de "salvo-conduto". Não consta que Trump tenha gritado um "IMEDIATAMENTE", como gritou em vão com Lula.

Maduro parece ser daquela turma que morre atirando, e não se fez de borrado. Disse um sonoro "não" ao "laranjão", como Trump é carinhosamente chamado por alguns da esquerda brasileira, e "ligou o fd-se", com perdão da palavra cifrada, como se diz na gíria.

Encurralado pela maior potência do mundo, Maduro está ficando sem opções. "O bagulho é doido", disse um "analista" sentado no banco da barca que cruza a Baía de Guanabara, nesta manhã, talvez a única alma viva a portar um jornal impresso dentro do coletivo. "Maduro é loucão", enfatizou o preocupado leitor.

Após uma breve ligação com o presidente dos EUA, Donald Trump, no mês passado (só confirmada nessa segunda, 1/12, pelo próprio Trump), na qual o descabelado recusou uma série de contrapropostas do líder venezuelano para amainar a crise, Maduro estaria com os "dias contados", conta a Reuters, mas não envergou para o Luís XIV, o rei sol, dos novos tempos.

O telefonema, em 21 de novembro, ocorreu após meses de crescente pressão dos EUA sobre a Venezuela, incluindo ataques contra supostos barcos de "traficantes" no Caribe, repetidas ameaças de Trump de estender as operações militares para terra e a designação do "Cartel de los Soles", um grupo que o governo Trump diz ser liderado por Maduro, como uma "organização terrorista" estrangeira.

Maduro e seu governo sempre negaram todas as acusações criminais e dizem que os EUA estão buscando uma mudança de regime para assumir o controle dos vastos recursos naturais da Venezuela, incluindo o petróleo. O que de todo é perfeitamente possível, depois de que Trump quis se adonar de Gaza para transforma-la em destino turístico de luxo.

Maduro teria dito a Trump durante a ligação que está disposto a deixar a Venezuela desde que ele e seus familiares tenham anistia legal total, incluindo a remoção de todas as sanções dos EUA e o fim de um caso emblemático que ele enfrenta no Tribunal Penal Internacional, disseram três das fontes citadas pela agência Reuters.

Trump rejeitou e deu "uma semana" para Maduro deixar a Venezuela com sua família, tempo expirado na última sexta-feira com Maduro aumentando o tom dentro de casa, e reunindo milhares de milicianos nas ruas de Caracas, todos armados e dispostos a defender seu país e seu líder. 

Tempo passado, e Trump continua na mesma. Não fez o que ameaçou fazer.

O "Miami Herald" relatou anteriormente vários detalhes da ligação telefônica. O prazo de sexta-feira não havia sido divulgado anteriormente.

Trump confirmou no domingo que havia conversado com Maduro, sem fornecer detalhes. A Casa Branca não quis dar mais notícias, e o Ministério da Informação da Venezuela, que cuida de todas as consultas à imprensa para o governo daquele país, não respondeu imediatamente aos pedidos de comentários feitos pela agência Reuters.

O governo Trump disse que não reconhece Maduro, no poder desde 2013, como o presidente legítimo da Venezuela. Ele reivindicou a vitória da reeleição no ano passado em uma votação nacional que os EUA e outros governos ocidentais consideraram uma farsa e que observadores independentes disseram que a oposição venceu de forma esmagadora.

Falando a manifestantes, Maduro jurou nesta segunda-feira (1º) "lealdade absoluta" ao povo venezuelano.

Não está claro se Maduro ainda pode fazer uma nova proposta envolvendo uma passagem de bastão segura. Trump conversou nesta segunda-feira com os principais assessores para discutir a campanha de pressão sobre a Venezuela, entre outros tópicos, disse uma autoridade sênior dos EUA.

Não há registro de que tenha se aconselhado com a toda-toda da direita brasileira, Michele Bolso-naro

Uma fonte em Washington, informada sobre as discussões internas do governo Trump, não descartou a possibilidade de uma saída negociada para Maduro, mas ressaltou que ainda há divergências significativas e que detalhes importantes ainda não foram resolvidos.

O fato é que Trump tem com o que se preocupar, nesses recentes dias, agora que deputados republicanos andam rechaçando suas incursões a bomba sobre barcos no mar do Caribe, dizendo que são "crimes de guerra". Isso mesmo - deputados republicanos.

Os EUA aumentaram a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro para US$50 milhões e têm recompensas de US$25 milhões para outros altos funcionários do governo, incluindo o ministro do Interior Diosdado Cabello, que foram indiciados nos EUA por suposto tráfico de drogas, entre outros crimes. Todos negam as acusações. E não há garantias de que o "laranjão" irá pagar o que promete.

O governo de Maduro teria solicitado outra ligação com Trump, de acordo com três fontes da mesma Reuters.

Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.

(com Reuters)

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