INFORME JB
Pix já domina mais de 50% das transações financeiras
Por GILBERTO MENEZES CÔRTES
Publicado em 10/11/2025 às 21:28
Alterado em 10/11/2025 às 21:28
, Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
No primeiro semestre de 2025, as transações de pagamento somaram 72 bilhões de operações, com aumento de 15,2% na quantidade e o volume financeiro movimentado atingiu R$ 59,7 trilhões, com expansão de 14,5% frente ao primeiro semestre. Os dados das Estatísticas de Pagamentos de Varejo e de Cartões no Brasil relativas ao primeiro semestre de 2025 foram revelados hoje pelo Banco Central do Brasil.
Com crescimento de 27,6% em relação ao primeiro semestre do ano passado, o Pix se destacou no período analisado, representando 50,9% das transações efetuadas no primeiro semestre de 2025, atingindo 36,9 bilhões de transações naquele período e movimentação de R$ 15 trilhões.
Segundo o Banco Central, 89,2% das transações com o Pix foram liquidadas no Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI), infraestrutura operada pelo BCB. As operações entre duas pessoas físicas liquidadas no SPI corresponderam a 45% do total no primeiro semestre de 2025.
Já as operações entre uma pessoa física (pagador) e uma pessoa jurídica (recebedor) representaram 42,1% das transações. Os pagamentos de pessoas jurídicas a pessoas físicas ou a outras pessoas jurídicas somaram 12,5%, enquanto as transações envolvendo entes do governo totalizaram 0,4%.
Mercado de cartões perde espaço
Afetado pela concorrência do Pix, o mercado de cartões apresentou continuidade, mas com menor ritmo de expansão nas modalidades de crédito (+9,7%) e pré-pago (+8,9%), enquanto o cartão de débito se manteve praticamente estável (-0,1%). Juntos, eles responderam por 34,3% da quantidade total de transações efetuadas, com 24,9 bilhões de transações no primeiro semestre de 2025.
TED lidera valores transacionados
O instrumento de pagamento com maior participação percentual em volume financeiro transacionado continuou sendo o das transferências interbancárias realizadas por meio da TED, com 37,1% de participação, mas seguido de perto pelo Pix, com 26,5% do valor total transacionado no primeiro semestre.
Entre os cartões, o que mais cresceu em termos de volume financeiro, se comparado ao primeiro semestre de 2024, foi o da modalidade de crédito (+14,2%). Esse é também o cartão com maior participação no volume financeiro transacionado considerando somente os instrumentos de pagamento cartões (69,3%).
243 milhões de cartões de crédito
O maior responsável pelo endividamento da classe média, que não consegue administrar despesas e receitas, o cartão de crédito é também o instrumento com maior número de emissões, com 243 milhões de cartões ativos ao final do primeiro semestre de 2025. Ou seja, descontados os menores e as 110 milhões de pessoas que estão no mercado de trabalho, há pessoas com dois ou três cartões (e encalacrados em sua maioria).
Cartões de débito
Os cartões de débito tinham 159,3 milhões de usuários (novamente com pessoas com contas de movimentação por cartão em mais de um banco.
Já os cartões pré-pago eram utilizados por 74,3 milhões de pessoas.
O boleto sobrevive
A análise da evolução dos volumes financeiros transacionados por outros instrumentos demonstra ainda que o boleto continuou apresentando crescimento, tendo aumentado seu valor transacionado em 4,6% no mesmo período de análise dos demais instrumentos, representando 8,1% do volume total das transações.
Cheque em queda
Já o talão de cheque, cada vez mais em desuso, teve uma queda de 16,5% no seu volume financeiro, perfazendo 0,6% do valor total transacionado no primeiro semestre de 2025, com 73,4 milhões de cheques emitidos e valor médio de R$ 4,7 mil.
Cerco às criptomoedas
Para dificultar as transações de evasão de divisas e elisão fiscal, o Banco Central endureceu as normas de quem opera em câmbio e com criptomoedas.
As operações internacionais com ativos virtuais estarão limitadas a US$ 100 mil por operação. A menos que a contraparte seja uma instituição autorizada a operar no mercado de câmbio.
As prestadoras de serviços de ativos virtuais (PSAVs) precisarão de autorização para realizarem transações internacionais. E a prestação de informações ao BC sobre operações no mercado de câmbio e operações de capitais estrangeiros passa a ser obrigatória a partir de 4 de maio de 2026.
BR-101: luz no fim do túnel?
Os cariocas e brasileiros que adoram passar temporadas na região dos Lagos, mas não aguentam mais os engarrafamentos na Niterói-Manilha, em Itaboraí e São Gonçalo, onde costumam ser vítimas de assaltos, podem ter algum fio de esperança com o leilão de Concessão da BR-101/RJ, nessa terça (11) na B3.
O novo contrato pretende acelerar obras e modernizar a rodovia. Entre as melhorias previstas para a Autopista Fluminense estão duplicações e vias marginais para dar fim a gargalos em trechos críticos.
Só que as máquinas que pararam os trabalhos em Itaboraí e São Gonçalo em 2020 e continuaram paradas durante toda a gestão de Tarcísio de Freitas no ministério da Infraestrutura, só serão ligadas no ano que vem.
Ou seja, teremos mais um período de Natal, Ano Novo, Carnaval e Semana Santa com os enervantes engarrafamentos que afetam a Ponte Rio-Niterói e até o trânsito no túnel Rebouças e acessos da Lagoa, na Zona Sul do Rio.
São 322,10 quilômetros.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, bate o martelo no leilão do contrato otimizado da BR-101/RJ, com 322,10 quilômetros que conecta a divisa do Rio de Janeiro com o Espírito Santo ao entroncamento com a Ponte Presidente Costa e Silva, em Niterói, atravessando 13 municípios fluminenses estratégicos para a economia nacional. Mas o gargalo não chega a 10 quilômetros.
A concessão, com prazo de 22 anos, prevê investimentos de R$10,18 bilhões.