
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou nesta quinta-feira que cada terrorista do Hamas "é um homem morto".
Novamente, o premiê comparou os terroristas da Palestina, que não devem ser confundidos com os palestinos de bem, com o Estado Islâmico, e prometeu: "Vamos esmagá-los e destruí-los como o mundo destruiu o Daesh".
ONU confirma mortes de 8 funcionários na Faixa de Gaza
Onze funcionários da Agência das Nações Unidas para refugiados palestinos (Unrwa) foram mortos na Faixa de Gaza por bombas israelenses desde sábado (7), quando começaram os ataques.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira pelo porta-voz da secretaria-geral da ONU, Stéphane Dujarric, acrescentando que 30 estudantes das escolas administradas pela agência também foram mortos nos bombardeios.
Bebês e crianças decapitados
O Ministério da Defesa de Israel confirmou nesta quarta-feira (11), à CNN, ter encontrado corpos de bebês e crianças "decapitados" no kibutz Kfar Aza. A informação foi relatada pelo correspondente da emissora norte-americana em Jerusalém. Mas o Hamas nega ter cometido tamanha atrocidade.
Norte de Israel tem suspeita de incursão aérea
Residentes de diversas áreas no norte de Israel fugiram para abrigos antiaéreos devido a uma suposta incursão de um drone no espaço aéreo do país.
Veículos da imprensa israelense relatam infiltrações de aeronaves não tripuladas e homens armados com asas-deltas.
Por outro lado, o canal de TV do Hezbollah, grupo xiita atuante no sul do Líbano, negou ter realizado incursões aéreas em Israel.
Gaza fica sem energia; míssil atinge hospital em Israel
As autoridades da Faixa de Gaza afirmaram nesta quarta-feira (11) que a única central elétrica do território parou de funcionar após ficar sem combustível, deixando os cerca de 2 milhões de moradores da região sem energia.
Gaza é alvo de uma estratégia de "cerco total" por parte de Israel, após o ataque sem precedentes promovido pelo grupo radical Hamas no último fim de semana, que deixou pelo menos 1,2 mil mortos, em sua maioria civis, e 2,7 mil feridos, segundo números oficiais.
O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, por sua vez, reporta 1.055 mortos e 5.184 feridos na resposta israelense. Fontes palestinas apontam que entre as vítimas estão familiares de Mohammed Deif, tido como a mente por trás da incursão do Hamas.
Já a Organização das Nações Unidas (ONU) disse que cerca de 264 mil pessoas estão desalojadas em Gaza devido aos bombardeios.
Israel afirmou ter atingido 450 alvos do Hamas e outras facções palestinas na última madrugada e que a prioridade é "eliminar os comandantes" do grupo fundamentalista.
Um dos edifícios bombardeados é a Universidade Islâmica, acusada de servir como centro de treinamento de combatentes e para a produção de armas.
O país também deslocou cerca de 300 mil soldados para as proximidades da Faixa de Gaza, indicando uma possível incursão terrestre em breve.
"Isso é para garantir que o Hamas, no fim dessa guerra, não tenha nenhuma capacidade militar com a qual ameaçar ou matar civis israelenses", declarou o tenente-coronel Jonathan Conricus, porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF), no Twitter.
Por sua vez, o Hamas e a Jihad Islâmica lançaram uma nova leva de foguetes contra Israel, e um deles atingiu o hospital de Ashkelon, nas proximidades da Faixa de Gaza.
Enquanto isso, o Egito tenta negociar um cessar-fogo de algumas horas para permitir a entrada de ajuda humanitária no território palestino, através do posto de Rafah.
Acordo para governo de emergência
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e um dos líderes da oposição, Benny Gantz, fecharam um acordo nesta quarta-feira (11) para formar um governo nacional de emergência.
A informação foi divulgada pela imprensa local em meio à guerra em curso com o grupo fundamentalista Hamas e às hostilidades na fronteira no norte do país.
De acordo com o jornal "The Times of Israel", Gantz exigiu a criação de um pequeno gabinete de guerra com um número menor de ministros que teriam poderes para tomar decisões sobre a ofensiva, mas Netanyahu insistiu que ele terá a palavra final.
A ideia do seleto grupo também teria sido rejeitada pelo ministro de Segurança Nacional, Itamar Bem Gvir, que criticou o histórico de Gantz como chefe do Estado-Maior, embora tenha negado publicamente que se opõe à entrada dele no gabinete.
No entanto, segundo apuração, os líderes chegaram a um acordo durante reunião em Tel Aviv nesta manhã e ainda devem acertar os detalhes do plano, que possivelmente incluirá como ministros o ex-chefe de gabinete Gadi Eisenkot e o ex-ministro da Justiça Gideon Saar.
Já o chamado "gabinete de guerra", que conduzirá Israel durante a ofensiva contra o Hamas, será comandado por Netanyahu, Gantz, o atual ministro da Defesa, Yoav Gallant, Eisenkot e o ministro dos Assuntos Estratégicos, Ron Dermer.
O outro líder da oposição Yair Lapid permanece fora do acordo. O novo executivo ampliado deve se reunir em breve em Tel Aviv.
O mesmo procedimento já foi adotado às vésperas da Guerra dos Seis Dias, em 1967, que reconfigurou as fronteiras do país com a anexação de territórios egípcios e sírios.
O novo conflito entre Israel e Hamas, o pior em 50 anos, entrou no seu quinto dia com um balanço de mais de 2 mil mortos.
(com Ansa)