DIREITOS HUMANOS

Massacre do Guarujá: sobe para 14 o número de mortos pela Rota

Governador Tarcísio de Freitas volta a citar 'narrativa', e pede 'respeito' aos policiais

Por Gabriel Mansur
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Publicado em 01/08/2023 às 20:51

Alterado em 01/08/2023 às 21:44

Polícia de São Paulo deflagrou Operação Escudo (arquivo) Foto: Reprodução

Os policiais da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) mataram ao menos 14 civis, no Guarujá e em Santos, durante operação Escudo, deflagrada na quinta-feira passada (27), em retaliação ao assassinato do Patrick Bastos Reis. Reis morreu na última quarta (26), após ser baleado no tórax, quando fazia patrulhamento junto de outros agentes de segurança próximo à comunidade Vila Zilda. O suspeito de cometer o crime, Erickson David da Silva, conhecido como o "sniper do tráfico", se entregou à polícia no domingo (30). Além dele, outros 10 foram presos.

Segundo os boletins de ocorrências, as mortes começaram na sexta-feira (28), por volta das 19h, no bairro Paecara, na noite seguinte à morte do soldado. O primeiro a morrer foi Fábio Oliveira Ferreira, de 40 anos. O morto era considerado um dos chefes de uma facção criminosa na Baixada Santista. Foi preso três vezes: por tráfico de drogas, por roubo e por homicídio.

Até o momento, foram divulgados sete nomes, todos com antecedentes criminais. Além de Fábio, morreram:

  1. Felipe Vieira Nunes, 30 anos, morto em 29 de julho
    Antecedentes criminais: preso por roubo e por dirigir alcoolizado, enquanto cumpria medida cautelar e estava proibido de frequentar bares e festas populares.
  2. Mateus Eduardo dos Santos da Silva, morto em 29 de julho
    Antecedentes criminais: preso por roubo e chegou a ser condenado a 6 anos de prisão. Estava solto desde 2019.
  3. Jefferson Júnior Ramos Diogo, morto em 29 de julho
    Antecedentes criminais: Investigado por estelionato e fraude em venda pela internet
  4. Cleiton Barbosa Moreira, 24 anos, morto em 29 de julho
    Antecedentes criminais: passagem por tráfico de drogas.
  5. Rogério Andrade de Jesus, 49 anos, morto em 30 de julho
    Antecedentes criminais: preso por homicídio, duas vezes por roubo qualificado, por receptação de produtos.
  6. William Santos de Oliveira, morto em 30 de julho
    Antecedentes criminais: quatro passagens por roubo, duas por posse ilegal de arma, duas por golpes, crime contra o patrimônio público

Apesar do aumento no número de óbitos causados pela polícia, o governador Tarcísio de Freitas voltou a minimizar a violência dos agentes de segurança e pediu 'respeito'. Para ele, há uma 'narrativa de que houve excesso'.

"[Os ataques a policiais] significam que a operação está prejudicando o business. Vamos entender que isso é um business, que movimenta muito dinheiro e que desgraça a vida de muita gente. Pô, vai ver quem tombou! Um líder do PCC morreu nessa confusão. O principal fornecedor de drogas da Baixada Santista. E por quê? Como ele recebeu o policial? [...] Nós não queremos o combate, o confronto, de verdade. Não é bom para ninguém. Não ficamos felizes de ter o combate. Agora, não vamos nos furtar de fazer o combate. Não vamos nos curvar ao crime. Peço respeito à corporação, aos policiais do estado", pontuou. (Com Brasil 247 e g1)

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