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Polícia Civil do RJ encontra oito das 21 armas furtadas do Exército

Diretor do Arsenal de Guerra em São Paulo será exonerado

Polícia recuperou armas sem efetuar um tiro
Foto: Divulgação/PCERJ

A Polícia Civil do Rio de Janeiro recuperou, nesta quinta-feira (19), oito das 21 metralhadoras que foram furtadas do Arsenal de Guerra do Quartel em Barueri, na Grande São Paulo, possivelmente no último dia 7 de setembro, conforme indicam as primeiras investigações. O armamento foi localizado na Gardênia Azul, na Zona Oeste do Rio.

Foram apreendidas quatro metralhadoras ponto 50 e outras quatro MAGs, calibre 7,62. Significa dizer que 13 armas ainda estão desaparecidas: sete ponto 50, capazes de derrubar aeronaves e com alcance de quase sete quilômetros, e seis MAGs, usadas para combate. A operação foi realizada em conjunto por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), da PCERJ, com apoio da Inteligência do Exército.

Embora as armas tenham sido levadas no feriado da Independência, como acredita-se no Exército, o furto só foi notado no dia 10 de outubro, quando a corporação realizou uma vistoria interna e detectou uma discrepância no número de armas. O Exército já identificou três militares que possam ter facilitado o crime.

Pistas levam às armas

Um vídeo de quatro dessas armas sendo oferecidas a traficantes foi interceptado pela Polícia Civil, que comunicou à inteligência do Exército. As quatro armas que aparecem no vídeo estão entre as oito apreendidas nesta quinta. O grupo que furtou as metralhadoras pediu, por cada ponto 50, que são mais caras do que as MAGs no mercado, R$ 180 mil.

De acordo com os jornalistas Leslie Leitão, Marco Antonio Martins, Bette Lucchese, policiais descobriram que parte desse arsenal havia sido comprada. As armas foram oferecidas em quatro favelas: Nova Holanda, no Complexo da Maré; Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha; Rocinha e Cidade de Deus.

Na manhã de quarta-feira (18), novas informações da inteligência da polícia indicaram que haveria uma movimentação de armas, da Favela da Rocinha, em São Conrado, para a Gardênia Azul. O carro foi seguido, mas os agentes da DRE preferiram não fazer qualquer abordagem, com receio de provocar uma eventual troca de tiros no horário de pico.

Ainda segundo a reportagem, quando receberam a informação de que o carro havia chegado a Jacarepaguá, cerca de 20 policiais da DRE e da Polinter entraram na comunidade e encontraram o veículo parado sem ninguém no entorno. Não houve tiroteio, o que é uma boa notícia, mas ninguém foi preso.

As armas estavam dentro do automóvel, que era roubado e também foi apreendido. O Comando Militar do Sudeste já foi avisado pela Polícia Civil do Rio sobre as metralhadoras recuperadas.

Diretor será exonerado

Enquanto o Exército e a Polícia Civil estão na caça das metralhadoras que ainda não foram recuperadas, os militares que têm encargo de fiscalização ou controle começam a ser responsabilizados. De acordo com o General de Brigada Maurício Vieira Gama, chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Sudeste, o diretor do Arsenal de Guerra em São Paulo será exonerado.

O general também afirmou que os militares temporários serão expulsos e os militares de carreira serão submetidos a conselho de justificação ou disciplina, caso seja comprovada a participação deles

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