BRASIL
Lula defende Nísia Trindade na Saúde em meio à pressão do Centrão : 'Tem ministros que não são trocáveis''
Por Gabriel Mansur
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Publicado em 14/07/2023 às 20:11
Alterado em 14/07/2023 às 20:11
Nísia Trindade e Lula Foto: Divulgação/Ricardo Stuckert
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a defender, nesta sexta-feira (14), a permanência da ministra Nísia Trindade no Ministério da Saúde. Em meio à pressão do Centrão, que tenta 'capturar' uma das pastas para si, o presidente reforçou que alguns ministros "não são trocáveis".
O Centrão tem pressionado para ampliar seu espaço no primeiro escalão do governo em troca de aumentar a base de apoio ao Palácio do Planalto no Congresso. Nesse processo, além do cargo da Nísia, partidos cobiçam pastas como o Ministério do Desenvolvimento Social, comandado por Wellington Dias, Esportes (Ana Moses) e o comando da Caixa Econômica Federal (Rita Serrano).
“Todos os dias eu vejo nos jornais a troca de ministros, só falta eu me trocar agora. Eu já falei para a Nísia: tem ministros que não são trocáveis, são escolhas pessoais do presidente. A Nísia não é ministra do Brasil, ela é minha ministra. Ela tem uma função a cumprir e ela sabe que a única perspectiva que ela tem de sair é se não cumprir a função dela", disse o petista.
A declaração foi concedida durante a cerimônia de sanção da lei que retoma o programa Mais Médicos, interrompido durante a gestão de Jair Bolsonaro. Além de Nísia, ele estava acompanhado pela primeira-dama, Janja da Silva, e pelos ministros Camilo Santana (Educação), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil). Antes de discursar, a ministra da Saúde foi amplamente aplaudida pelo público. Lula, Janja e os ministros levantaram e aplaudiram Nísia de pé.
Lula já tinha blindado Nísia nesta quinta-feira (13). Com ela, outro protegido de Lula é Wellington Dias, titular do Ministério do Desenvolvimento. Outras pastas parecem ter o caminho aberto para mudanças. Lula reforçou a necessidade de “fazer composição”, uma vez que sua gestão não construiu uma maioria orgânica no Congresso Nacional.
A primeira troca foi formalizada nesta quinta-feira, quando Lula convidou o deputado federal Celso Sabino (União-PA) para assumir o comando do Ministério do Turismo no lugar de Daniela Carneiro, que perdeu apoio da legenda.
“O que pode acontecer, a partir das férias dos deputados, é que alguns partidos políticos queiram vir a fazer parte da base do governo. Se esses partidos tiverem a decisão de vir participar do governo, nós vamos ter que fazer o manejamento no ministério", reiterou.