Quem duvidava que fosse possível ter uma semana de moda atualmente foi surpreendido pela beleza dos videos produzidos pelas grandes marcas de Alta Costura. Naomi Campbell abriu os três dias (não é exatamente uma semana), falando sobre a necessidade de não apenas falar, mas agir, acerca dos movimento Black Lives Matter.
A câmera lenta ajuda a ver os detalhes das coleções, não há preocupação com produção de desfile tradicional - a não ser Georges Hobeika, que no primeiro dia desfilou em lugar amplo modelos bordados e peles coloridas para homens e mulheres. Mas o melhor de tudo é ver as imagens dos ateliês, confirmar a arte da roupa feita com bordados pedrinha por pedrinha, pluma por pluma. Principalmente em Dior, que mostrou os vestidos feitos em miniatura, sendo depois oferecidos para ninfas, sereias, mulheres de pedra, seguindo o conceito dos Mitos.
Ralph and Russo, da dupla Tamara Ralph e Michael Russo, além de mostrar desde a fase dos croquis até os modelos prontos, inovou criando um avatar usado em programação digital.
Gianbatistta Valli apostou nos grandes laços e pufes quase sempre em vermelho. O tule predomina, e mesmo os vestidos curtos arrastam caudas em camadas de tule. As inspirações estão em fotos lado a lado (Torre Eiffel, jardim de Luxemburgo, entre outros) com as modelos, a maioria com os rostos emoldurados por tules nas mesmas cores dos looks - uma alusão às máscaras de proteção?
Há produções mais simples, como a modelo que desce uma escadaria, cada lance com um vestido longo, por Maurizio Galante. Ou a cantora Sylvie Kreusch com longos de fendas além dos limites, por Azzaro Couture. Do Vietnam, Xuan Lan, mostrou vestidos que iam ganhando mais babados coloridos ao longo do vídeo.
Foi uma boa solução para mostrar o lado mais artístico da moda. Falando em Arte, o Museu do Louvre reabriu, enfim. Paris continua dominando a criatividade na moda.