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Novas tendências, em vez de coleções

Divulgação -
Não há previsão para ocupar as luxuosas salas de desfiles
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No panorama econômico decorrente da pandemia a previsão pessimista vai desde as rotas aéreas até as eventuais faltas de artigos nos supermercados e farmácias. Sem falar nos salários pela metade e no desemprego.

A moda não escapa desta situação caótica. Com uma diferença: há algum tempo era discutida a importância das semanas de desfiles, a antecipação das coleções e a concorrência com as marcas de fast fashion. A pandemia veio apressar as mudanças, para garantir a sobrevivência do varejo e seus fornecedores, as marcas e estilistas.

Segundo o site NowFashion, um grupo de profissionais internacionais do setor organizou um documento em que abordam os assuntos principais: a falta de sincronia do calendário de lançamentos com o consumidor final; a forma como as coleções são mostradas e a eterna expectativa de de descontos e liquidações por parte do consumo, o que reduz os lucros e o real valor das criações. Decifrando os temas: no hemisfério norte, as coleções de verão, por exemplo, são lançadas em setembro/outubro, para uma estação que só começa a esquentar em maio/junho. Quando chega junho, já começam os descontos.

Algumas soluções internacionais

Quanto à forma de mostrar as coleções, é a polêmica em torno dos custo e do resultado dos desfiles tradicionais.Há quem já faça online, como Saint Laurent fez em Malibu em 2019, ou Valentino, que enviou links para imprensa e recebeu poucos convidados para uma tarde de Alta Costura, ou Marc Jacobs e Chanel, que também avisam com antecedência a live dos desfiles para quem não for para Nova York ou Paris. Para reduzir os custos, algumas marcas propõem fotos no Instagram, para contratar apenas uma modelo,um fotógrafo, alguém de beleza e styling.Seria o fim dos grandes espetáculos ao vivo e a disputa pelos lugares na fila A.

Quanto aos descontos de até 70%, servem para competir com as fast fashions, como H&M, Zara, ou as americanas Ross, Marshalls, capazes de preços absurdamente baixos - um jeans de marca por custar cinco dólares. Esta é a ameaça às lojas de departamentos, como a Neiman Marcus, do Texas, que enfrenta risco de falência

Reações nacionais

Muitas marcas doam ou vendem máscaras, outras fazem parcerias com ONGs ou associações, como a Cris Barros, que leiloou peças da nova coleção de inverno para ajudar artesãos do Amazonas através da ONG Casa do Rio. Os shoppings da BR Malls estão instalando câmeras com sensores infravermelho que aferem a temperatura corporal de uma ou mais pessoas ao mesmo tempo. Outra tecnologia adotada já nos shoppings de Caxias do Sul (RS) e Campo Grande (MS), que já estão abrindo, é o sistema de WiFi, que detecta aglomerações pelo controle dos celulares dos frequentadores.

Quanto às vendas de varejo, elas seguem pelo e-commerce, com os percalços das entregas recebidas de luvas e máscaras, a necessidade de higienizar embalagens e até as peças compradas. A esperança dos lojistas é a reação do público quando reabriu a Zara do shopping Les Quatre Temps, no bairro da Défense, em Paris: uma longa fila de consumidores avançou para a loja quando as portas abriram.

Macaque in the trees
Não há previsão para ocupar as luxuosas salas de desfiles (Foto: Divulgação)

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Modelos vestem peças da Cris Barros foram doadas em prol de ONG do Amazonas (Foto: Divulgação)

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Os desfiles tradicionais são alvo de polêmicas nos lançamentos (Foto: Divulgação)

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As lojas de departamentos enfrentam ameaças de falência (Foto: Divulgação)

Divulgação - Modelos vestem peças da Cris Barros foram doadas em prol de ONG do Amazonas
Divulgação - Os desfiles tradicionais são alvo de polêmicas nos lançamentos
Divulgação - As lojas de departamentos enfrentam ameaças de falência