O estilista camaronês Imane Ayissi combinou o estilo europeu com a originalidade africana durante um desfile marcado pela estreia de um profissional da África subsaariana na Semana de Moda de Paris.
"É uma honra", disse ele nos bastidores do desfile, referindo-se à sua admissão no seleto clube da alta costura em Paris após anos de recusa.
"Estou lutando há 28 anos, dediquei toda minha vida ao trabalho. A Federação Francesa da Alta Costura e da Moda abriu suas portas para mim após me rejeitar muitas vezes, porque não era o momento certo ou meu trabalho não atingia as expectativas. Mas, desta vez, deu certo", afirmou.
Ayissi ingressou jovem no universo da moda, criando roupas para sua mãe, que vencera o concurso de Miss Camarões na década de 1960.
Ao migrar para a modelagem, ele se mudou para Paris há 30 anos, e desfilou para estilistas de ponta, como Yvés Saint-Laurent, Pierre Cardin, Givenchy e Lanvin.
Mais tarde, Ayissi decidiu se dedicar integralmente ao trabalho de designer de moda, definindo seu estilo como minimalista e elegante, "com uma certa maestria de tecido e forma".
Para seu desfile na noite que encerrou a edição deste ano, modelos caminharam pela passarela ao som de músicas africanas, com vestidos no estilo da moda ocidental contemporânea, mas um toque natal: as roupas eram feitas de Faso Dan Fani orgânico, um pano de algodão de Burkina Faso organizado em tiras.
"Eu faço o que posso - para mostrar tecidos africanos reais, contar histórias", disse Ayissi sobre sua coleção. (Reuters)