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Novos livros da moda

Roupa masculina e poesia trazem assinaturas de profissionais do circuito fashion

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A moda masculina começa a merecer a atenção dos pesquisadores, tanto jornalistas como criadores. O resultado? São livros quase didáticos, detalhados, obrigatórios no acervo dos adeptos não só da moda como dos movimentos sociais e culturais refletidos no modo de vestir da humanidade.

Quatro séculos

O jornalista Lula Rodrigues sempre se empenhou em privilegiar a moda masculina em seus trabalhos de coberturas de eventos e semanas de desfiles. Durante alguns anos pesquisou histórias que dessem uma ideia da importância da roupa como reflexo dos acontecimentos. Depois de muita pesquisa lançou 400 Anos de Moda Masculina, pela editora Senac. Afinal, segundo Luis XIV, "a moda é o espelho da história". E o Rei Sol justamente é o protagonista do capítulo de abertura, em que ganha o título de primeiro pavão da moda masculina.

Além de personagens marcantes Lula conta se é preciso abotoar ou não o terceiro botão do terno (sim, pode deixar desabotoado, graças ao rei Eduardo VII que desabotoava os últimos botões da casaca e do colete, depois de um banquete). E explica a bainha inglesa:

"Para François Boucher, autora do livro Histoire du Costume en Occident, a bainha virada para cima era elegante e permitida desde que apenas na parte da manhã, não importando se chovesse ou fizesse sol. Esta foi uma inovação dos esnobes ingleses, daí a nomenclatura bainha inglesa. Os franceses copiaram e virou piada ente os elegantes de lá. Dizia-se " você dobra a bainha da calça em Paris porque está chovendo em Londres", alusão ao tempo nublado, característica da capital inglesa."

No século 21

Designer e professor, doutor em semiótica e comunicação, Mário Queiroz combinou capítulos da sua história profissional com a evolução da roupa dos homens, desde as mudanças nas escolhas de tecidos até o fim da fronteira dos coloridos no livro Homens e Moda no século XXI, pela editora Senac.

"Por que não dar glamour também aos homens?", pergunta logo no primeiro capítulo, sobre as rupturas.

"`A matéria-prima sempre foi muito importante no meu processo de criação e eu perguntava aos vendedores se tecidos tinham sexo quando eles diziam que determinado tecido era feminino. Na verdade, assim como na forma, o homem do século 20 se viu limitado aos tecidos que imprimiam austeridade ou praticidade"

Sobre a competição com as mulheres no mercado de trabalho, o livro Homens e Moda no Século XXI comprova a crescente preocupação dos homens com a aparência:

"Mesmo que as mulheres não tenham os mesmos direitos e salários, elas forçaram seus competidores a estarem atentos também para a beleza e a moda. Todas as empresas desejam que seus colaboradores as representem bem e com a presença feminina no mercado de tralho a cobrança por homens mais cuidadosos com suas aparências ficou maior. Assim, o mercado de beleza e moda vê um aumento entre os consumidores, as ofertas de produtos para homens crescem nas gôndolas e, em particular na periferia, os cabelos começam a merecer atenção, com destaque para os cortes sofisticados masculinos. As barbearias das favelas e subúrbios chamam a atenção pelo design diferenciado e pela adesão da comunidade"

O lado poético

Responsável por lançar modelos famosos para as semanas de desfiles nacionais e internacionais, Sergio Mattos ficou conhecido como caça talentos, fotógrafo e líder da agência 40 Graus Models. Basta folhear seu livro Era uma vez um poeta...(editora PoD) e ver que o ator Cauã Reymond, que começou como modelo, assina a apresentação. "Falar do Serginho fora do ambiente de trabalho é para poucos", afirma Cauã. Porque mesmo no circuito fashion poucos sabem que há dois anos ele reunia atores, modelos e poetas para declamar poesia toda semana. "A moda e a poesia andam juntas na minha vida", declara Serginho, justificando o lançamento do Era uma vez um poeta..., livro publicado pela editora PoD.

Uma das 33 poesias por Sergio Mattos:

A rosa tatuada

No placo do mundo

Eu me sinto vivo

Aprendo a conviver com meus próprios modos

Meus erros

E, assim, recomeço sempre do avesso

E mesmo sem querer

Eu me aproximo do verdadeiro

Coisas do acaso

Mas trago na carne

Uma rosa tatuada

Com um punhal atravessado no peito

O livro Era uma vez um poeta...está à venda em podeditora.com.br por R$ 49,90/ 400 Anos de Moda Masculina e Homens e Moda no Século XXI estão à venda em rj.senac.br/editora por R$ 49,90 cada um.

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Capa do livro 400 Anos de Moda Masculina, por Lula Rodrigues (Foto: reprodução)
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Capa do livro Homens e Moda no Século XXI, por Mário Queiroz (Foto: reprodução)
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Estilo de Luis XV, conhecido como o rei Bem Amado (ilustração Patricia Peçanha) (Foto: reprodução)
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Um traje masculino típico dos anos 1950 (ilustração Patricia Peçanha) (Foto: reprodução)
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Capa do livro Era uma Vez um Poeta..., de Sergio Mattos (Foto: reprodução)
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Ilustração por Mário Queiroz (Foto: reprodução)

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O homem do Futuro, em ilustração de Mário Queiroz (Foto: reprodução)

reprodução - Capa do livro 400 Anos de Moda Masculina, por Lula Rodrigues
reprodução - Capa do livro Homens e Moda no Século XXI, por Mário Queiroz
reprodução - Estilo de Luis XV, conhecido como o rei Bem Amado (ilustração Patricia Peçanha)
reprodução - Um traje masculino típico dos anos 1950 (ilustração Patricia Peçanha)
reprodução - Capa do livro Era uma Vez um Poeta..., de Sergio Mattos
reprodução - Ilustração por Mário Queiroz
reprodução - O homem do Futuro, em ilustração de Mário Queiroz