O lançamento do filme “O Grande Gatsby” trouxe à tona a importância do livro homônimo, escrito por Francis Scott Fitzgerald, que inspirou a adaptação para o cinema. Considerado um dos maiores escritores americanos do século XX, Fitzgerald, que pertence a chamada Geração Perdida, nessa obra, considerada a sua obra-prima e datada de 10 de abril de 1925, fez uma crítica ao tão buscado American Dream, o sonho americano que todos gostariam de viver.
O romance se passa na cidade de Nova Iorque, no verão de 1922, e relata o caos criado pela Primeira Guerra Mundial. Uma obra visivelmente paradoxal que, à medida que idolatrava os ricos e todo o glamour existente na época, abominava o materialismo exacerbado e a falta de uma moral ética. Tudo começa quando Jay Gatsby, um milionário conhecido por suas grandiosas festas, e que no cinema está sendo interpretado pelo ator Leonardo DiCaprio, torna-se amigo de Nick Carraway, um jovem comerciante de Midwest. O contraste entre ambos, a superficialidade do mundo vivido por Gatsby, o choque de realidade do ponto de vista de Carraway, toma o rumo do romance, uma fabulosa descrição da vida em alta sociedade na época.
Logo após ser publicado, “O Grande Gatsby” ganhou uma adaptação na Broadway e um filme de Hollywood. Ainda assim, não se popularizou e foi esquecido durante a Segunda Guerra Mundial e a Crise de 1929. O sucesso só viria a acontecer em 1945, quando foi republicado e alcançou um grande número de leitores e, atualmente, é considerado um clássico da literatura mundial e está classificado em segundo lugar no top 100 das melhores novelas do século XX. A nova adaptação, muito bem realizada por Baz Luhrman e com a atuação implacável do ator hollywoodiano, nos relembra a necessidade de seguirmos em busca de valores, além dos cifráveis, e de nunca perder o olhar crítico para as várias realidades que presenciamos em nossa sociedade.
Antônio Campos - advogado, escritor, editor, membro da Academia Pernambucana de Letras e curador da Fliporto. - [email protected]