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Alckmin defende reforma política

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O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, afirmou neste sábado, 25, se eleito, enviará ao Congresso em janeiro de 2019 uma proposta de reforma política capaz de reduzir o número de partidos no País. A proposta irá prever, de acordo com ele, votos distrital e facultativo e cláusula de barreira. Mesmo com nove partidos suportando sua campanha, Alckmin defendeu o mínimo de legendas possível e citou países em que duas ou três forças disputam o poder. "Não pode um sistema político errado dar bons frutos; a fragmentação leva à ingovernabilidade", disse ele durante visita a Ribeirão Preto (SP).

Alckmin admitiu que o próximo presidente da República assumirá o mandato com uma Câmara pulverizada com vários partidos. "Nenhum partido chegará a ter 60 deputados, ou 10% da Casa", afirmou. O ex-governador dividiu as atenções de eleitores do interior paulista com Jair Bolsonaro (PSL), que passa o dia em Barretos, município distante cerca de 100 quilômetros de Ribeirão Preto.

Indagado se temia a presença do adversário em seu reduto político - além de Barretos, Bolsonaro cumpriu agenda de campanha durante a semana em São Paulo - Alckmin afirmou que "a população e São Paulo nos conhece há 40 anos e sabe do nosso empenho. Não vamos resolver problemas do Brasil à bala, com violência, vamos resolver com eficiência, competitividade e reformas que o País precisa".

O candidato tucano chegou a Ribeirão Preto com quase duas horas de atraso e participou de um evento com prefeitos e políticos da região na unidade local da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap). Durante um rápido pronunciamento, o ex-governador defendeu a retomada da economia, com ações como simplificação tributária, desburocratização e reformas para reduzir o déficit público e, consequentemente, a dívida bruta do País, correspondente a 76% do Produto Interno Bruto (PIB).

No começo da tarde, Alckmin concedeu entrevista a uma emissora local e esteve na região central da cidade, onde tomou um café na cafeteria Única.


Alckmin declara que energia solar pode acabar com a conta de luz

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O ex-governador paulista Geraldo Alckmin, candidato à Presidência pelo PSDB, declarou neste sábado, 25, em Ribeirão Preto, que o potencial de geração de energia solar no Brasil é capaz de fazer zerar a conta de luz dos brasileiros e que as pessoas até "poder vender energia" gerada em suas casas.

"O Brasil tem tudo para ser o campeão da energia limpa, da energia renovável. Aqui em Ribeirão Preto com o etanol, que é um exemplo. A gente (vai) fortalecer o setor de álcool combustível no País inteiro, mais barato e mais limpo. Energia eólica (está) crescendo muito no Nordeste e no Rio Grande do Sul. Energia solar: tem país mais ensolarado do que o Brasil? Nós podemos, inclusive a pessoa, a residência, a conta ser mais barata ou até de graça, poder vender energia."

O presidenciável respondia a uma pergunta sobre como pretende reverter seus baixos índices nas pesquisas de intenção de voto quando deu a declaração. No interior de São Paulo, considerado seu reduto eleitoral, Alckmin reúne 16% das intenções de voto num cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa, segundo a última pesquisa Ibobe. No Estado como um todo, o tucano concentra 15%.

"A campanha é agora que vai começar. Nós estamos extremamente animados. Está crescendo, a receptividade é ótima, e o nosso foco é emprego e renda, é a economia brasileira voltar a crescer Nossa meta é crescer 3,5, 4, mais de 4% a economia. Para isso, nós vamos precisar de energia", disse. "O caminho é fortalecer o emprego e energia limpa e renovável", concluiu. O tucano foi, então, novamente questionado sobre se acha possível reverter os número das pesquisas. "A campanha vai começar mesmo na sexta-feira (31 de agosto, quando se inicia a propaganda eleitoral gratuita)."

Após defender suas posições sobre reforma política, Alckmin negou que tenha receio de perder votos para o candidato a presidente do PSL, Jair Bolsonaro, no interior de São Paulo, afirmando que está percorrendo todo o Brasil, sem focar especialmente em seu Estado, onde o ex-militar concentrou 22% das intenções em um cenário sem Lula na última pesquisa Ibobe. "Não vamos resolver os problemas do Brasil à bala, com violência Nós vamos resolver é com eficiência, com competitividade, com reformas que o Brasil precisa."


Alckmin nega crise

Candidato do PSDB diz que o responsável pelas mídias sociais da campanha apenas mudou de área
Reprodução -
Em entrevista em Belo Horizonte, Alckmin garantiu que não está insatisfeito com a campanha

Com direito à quase metade do horário eleitoral de rádio e televisão, que ele havia definido como seu principal campo de atuação para conquistar eleitores, o candidato à Presidência da República Geraldo Alckmin acatou os conselhos de aliados e decidiu mudar os rumos de sua campanha. A nova ordem é disputar, também nas mídias sociais, espaço com Jair Bolsonaro, hoje, o seu principal adversário.

“Ampliamos o time na área das redes sociais”, comunicou Alckmin a jornalistas, ontem em Belo Horizonte, negando que haja crise em sua campanha. A preocupação é que o candidato dispute com Bolsonaro o eleitor de centro-direita, que potencialmente votaria em tucanos, mas foi seduzido pelo vigor e assertividade do capitão reformado. “O que queremos é conquistar o eleitor mostrando propostas e mostrando o que já fizemos. Existe um abismo entre o falar e o fazer”, completou o presidenciável, enumerando os seus feitos quando foi governador de São Paulo.

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Em entrevista em Belo Horizonte, Alckmin garantiu que não está insatisfeito com a campanha

Alckmin tentou minimizar interpretações sobre a transferência do responsável pela área de mídias sociais Marcelo Vitorino para outro setor da campanha. Ele negou que estivesse insatisfeito com a atuação do publicitário. “Não houve substituição. O Vitorino continua com a gente.” Vitorino passou a atuar na área de mobilização da campanha.

Mas a verdade é que a campanha da chapa Alckmin/Ana Amélia nas redes sociais vinha sofrendo críticas por parte de aliados e de internautas. Na avaliação de especialistas, as postagens não usam linguagem adequada às redes, por isso, Alckmin não consegue conquistar seguidores. Agora, quando as análises apontam que o candidato do PT – Lula ou Haddad – poderá chegar ao segundo turno, considera-se crucial atuar onde Bolsonaro, segundo colocado nas pesquisas de intenção de voto, é mais forte.

Enquanto Bolsonaro possui 5,6 milhões de seguidores no Facebook, Alckmin aparece com apenas 912,6 mil. No Twitter, a diferença é menor: o candidato do PSL tem 1,2 milhões de seguidores, e o tucano, 973 mil.

Além da página pessoal, é incontável o número de fanpages criadas por adeptos que replicam frases, vídeos e, principalmente, as polêmicas propostas de Bolsonaro.

Ciente de que os seus 16 segundos diários de rádio e TV não serão suficientes para ampliar o eleitorado, Bolsonaro usará o espaço para convidar os espectadores a desligar as mídias tradicionais e visitá-lo no espaço digital, onde estará com transmissões ao vivo.

O desafio do tucano é decidir entre manter a cordialidade pacata que o caracteriza ou dar o tom mais agressivo à sua performance, como tem sido aconselhado, aliás, desde a pré-campanha, por integrantes do Centrão – o bloco que hesitou em aderir à aliança justamente por não acreditar que o Alckmin decolaria.

Na próxima terça-feira, o ex-governador se reúne com a equipe de campanha para decidir a estratégia que usará tanto na propaganda de rádio e TV, onde disporá de 11 minutos diários e mais 434 inserções fora do horário eleitoral obrigatório, quanto nas redes sociais.

De um lado, há quem defenda que Alckmin parta para cima de Bolsonaro, como fez a candidata Marina Silva no debate da Rede TV. O trecho do momento em que Marina enfrentou o militar desferindo palavras contra o fato de o candidato apregoar o armamento, inclusive ensinando crianças o gesto de apontar armas, foi o mais reproduzido nos dias que se seguiram ao debate.

Por outro lado, Geraldo Alckmin está cauteloso para que a estratégia não acabe por subtrair eleitores já conquistados. “Há dois ansiosos na vida: o candidato e o jornalista. Mas a campanha, agora é que está começando”, disse ontem o ex-governador de São Paulo, ao comentar a pressão que tem recebido dos aliados para se sair melhor nas intenções de votos, nas quais permanece empacado, distante de Bolsonaro e Marina.