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Vizinhos repudiam vandalismo e apagam pichações na casa onde atirador viveu

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O quebra-molas em frente ao número 820 da Rua Jequitinhohna, em Realengo, sempre obrigou os motoristas da região a reduzirem a velocidade no trecho. Hoje, ele é um aliado de quem para por alguns segundos para espiar a antiga casa de Wellington Menezes de Oliveira, responsável pela morte de 12 alunos da Escola Municipal Tarso da Silveira.

Os próprios moradores tomaram a iniciativa de pintar o muro da residência, pichado e apedrejado no final de semana por pessoas revoltadas com o massacre. Com uma mensagem de paz na porta, a casa chama a atenção de quem quer que passe por ali.

"Eu lembro de quando o Wellington morava aí. Era muito na dele, ninguém falava com ele não", conta o dono de um lava a jato do outro lado da rua. O jovem, que pediu para não ser identificado, brincou com o estilo fechado do rapaz. "Se caísse uma pipa na casa dele, o pessoal nem pedia para pegar".

Polícia na porta

Nas casas vizinhas, janelas fechadas e pouca disposição para falar. Ninguém gosta de falar sobre o "Monstro de Realengo", apelido que Wellington ganhou após o massacre. Acompanhada da filha, a mãe de uma aluna da Escola Tarso da Silveira desabafou quando percebeu a presença de uma viatura da Polícia Militar fazendo a segurança do local. 

"Quero ver se vão colocar também uma viatura na porta de cada escola do Rio de Janeiro", prostestou a mãe, que também não quis se identificar. "Minha filha estuda Tarso da Silveira e quase morreu com os tiros desse maluco. E não coloca o meu nome nisso aí não". 

Morador da região e pai de um aluno da escola atacada, o engenheiro eletrônico Róbson de Carvalho não esconde o choque da tragédia, mas lamenta o ataque feito a casa em que Wellington cresceu. Desde agosto do ano passado, o assassino morava sozinho em Sepetiba. 

"Essa casa é da irmã, não tem nada a ver atacá-la agora", disse, nitidamente emocionado. "O cara já está morto. Resta para nós aprender o que der com essa tragédia".

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