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Pezão diz que esquema de Cabral foi "uma grande surpresa" e que está "triste"

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Convivendo com Sérgio Cabral (PMDB) há mais de 10 anos, tendo sido seu vice e sucessor no comando do Estado do Rio, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) disse que não tinha conhecimento do grande esquema de corrupção comandado pelo ex-governador durante todo esse tempo. Em entrevista à Folha de S.Paulo deste sábado (11), Pezão lamentou a situação de Cabral, que está preso desde novembro do ano passado em Bangu.

"(Estou) Triste, chateado. Eu não via este lado dele. Eu via o lado dele de fazer as coisas. O Sérgio foi um gestor que implementou políticas públicas que serviram de modelo para o Brasil inteiro, como as UPPs e as UPAs. Sempre foi um grande agregador, e eu procuro guardar essa imagem dele. Eu sofro muito porque ele é um grande amigo. Tenho sentido muito por ver ele e a Adriana [Ancelmo, mulher de Cabral] lá e os filhos aqui fora", afirmou Pezão.

Questionado se nunca percebeu que Cabral estivesse desviando dinheiro e que sua vida era incompatível com a renda de político, Pezão negou qualquer desconfiança em relação ao seu mentor político e disse que a notícia sobre os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro foi, para ele, "uma grande surpresa". 

"Nunca vi isso, nunca percebi (desvios de dinheiro). Para mim, é uma grande surpresa. Não sou eu que tenho que julgar as pessoas. A Adriana (Ancelmo, mulher de Cabral, também presa na Lava Jato) tinha o escritório dela... Aí eu não vou entrar na vida pessoal deles".

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Pezão afirmou, ainda, que não vai comentar o relatório da Polícia Federal contra ele, que aponta repasses de dinheiro feitos por um operador de Cabral. "Ali fala em indícios, né? Eu não vou comentar indícios. Quando chegar no STJ, vão perguntar e eu respondo. (...) As empresas estão depondo lá e contando como eu procedia. Todas falaram que eu só pedi ajuda para a minha campanha, o que a lei permitia".