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Rodoviários do Rio entram mais uma vez em greve nesta quarta-feira

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Os rodoviários dissidentes do Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Urbano (Sintraturb) decidiram fazer uma nova paralisação de 24 horas, a partir do primeiro minuto desta quarta-feira. A assembleia que decidiu a greve aconteceu por volta das 18h, no Centro da cidade.

Representantes do sindicato foram ao local da assembleia, na Candelária, tentar dialogar com os dissidentes, mas foram chamados de ladrões e tiveram que deixar o local escoltados por policiais do Batalhão de Policiamento de Grandes Eventos.

A reunião começou com atraso de cerca de duas horas, porque os profissionais aguardavam a chegada de uma das representantes do movimento, que se reuniu com o procurador João Carlos Teixeira, no Ministério Público do Trabalho (MPT). Segundo os rodoviários, o procurador estaria colhendo depoimento dela e de outras pessoas que fazem parte do movimento. 

Os dissidentes querem aumento salarial para os motoristas de R$ 1.800 para R$ 2.500 e aumento para os cobradores de R$ 1.080 para R$ 1.400, além do fim da dupla função. Eles também pede um aumento da cesta básica, de R$ 150 para R$400. 

A população carioca já sofreu com duas paralisações anteriores neste mês. A última, por dois dias consecutivos. Centenas de ônibus foram depredados.

A Rio Ônibus informou, em nota, que considera o movimento ilegal e abusivo "Consideramos  uma afronta à Justiça anova paralisação organizada por um grupo dissidente de rodoviários, que, desrespeitando decisões judiciais e recorrendo à violência, está interrompendo um serviço essencial à população, causando grandes prejuízos à cidade do Rio de Janeiro".

>> Prefeitura divulga plano de contingência para paralisação dos rodoviários 

Sindicato condena greve de dissidentes

Em nota, o Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Urbano (Sintraturb) disse que a decisão do grupo de 150 rodoviários dissidentes de pararem mais uma vez por 24h, prejudicando mais de 6 milhões de usuários, "mostra mais uma vez,o desespero e a falta de sensibilidade do grupo, que teve sua proposta de 40% de reajuste rejeitada pela categoria em uma assembleia que contou coma presença de mais de 400 pessoas, inclusive do grupo de dissidentes, onde foi aprovado o aumento de 10%".

De acordo com o vice-presidente do Sindicato, Sebastião José, a paralisação já foi considerada ilegal pela justiça, por isso aconselha os profissionais a não participarem desse movimento, já que as empresas acenam com a possibilidade de demissão por justa causa.

"Dizer que se os garis conseguiram 37%, os rodoviários também teriam esse direito é no mínimo insano. Claro que o sindicato lutou e vai continuar lutando para um reajuste maior no próximo dissídio; mas no momento isso foi o melhor que conseguimos, já que foi o maior aumento da categoria em todo o país", explicou.

Sebastião garantiu ainda que solicitou à Rio Ônibus a antecipação da negociação de junho para abril, prevendo justamente a politização da mesma e tentando evitar, dessa forma, que houvesse algum tipo de problema próximo a Copa do Mundo.

"Em nenhum momento o Sintraturb foi procurado pelos líderes do movimento para encaminhar a reabertura da negociação junto aos empresários do setor, nem com a inclusão de novas propostas, mesmo assim, mandamos dois representantes do Sintraturb até a manifestação para um diálogo, mas quase foram agredidos", disse.

Sebastião disse ainda que o sindicato, na audiência do último dia 12 no Tribunal Regional do trabalho (TRT), já havia se colocado à disposição para atendê-los. Ele espera ainda que a politicagem barata e a baderna não tomem conta da cidade de novo.

Saúde paralisada no Rio

Na saúde, médicos federais estão em greve desde fevereiro e, segundo presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sindmed), os médicos estaduais estão se mobilizando para possíveis paralisações. O Sindicato dos Servidores Públicos Federais (Sindprev) voltou com a greve que tinha sido interrompida em março, depois de promessas de negociação.

Segundo Cristiane Gerardo, da direção do Sindsprev, as duas principais reivindicações são: a não privatização da saúde, uma pauta que se relaciona diretamente com a implantação, pelo governo federal, da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e pelo desrespeito à jornada de trabalho de 30 horas. “O governo falou que iria fazer um processo de negociação para expandir ao máximo a jornada de 30h para todos os servidores. Mas eles começaram a publicar as portarias dos hospitais, impondo seu modo de governar sem estabelecer nenhum dialogo com os servidores. Queremos que a jornada de trabalho de 30 horas seja algo real e para todos os servidores, não queremos distinções”, explica ela. Hoje, setores de internação ou ininterruptos têm essa jornada, mas vários setores ficam de fora como administrativos, recursos humanos, centros de estudo.

A categoria tem uma manifestação marcada para a próxima segunda feira (2), na Praça da Cruz Vermelha, no centro do Rio, às 8h. “Teremos um café da manhã com os pacientes do Inca e profissionais. Às 11h acontece uma assembleia do grupo grevista. Antes disso, às 9h, teremos apresentação de peças sobre assédio moral e outros temas”, completa Cristiane. Segundo ela, uma das pautas da greve é a violência dentro do ambiente de trabalho. Ela diz que, durante manifestações, profissionais são hostilizados pela segurança do hospital. O chefe de segurança de um hospital federal foi denunciado ao Ministério Público por agredir uma enfermeira, quando tentava se apropriar de um cartaz. Ainda segundo Cristiane, os profissionais vivem sob violência psicológica de diversos diretores “Tem diretor de hospital que bate na mesa e diz que o hospital é dele, confundindo totalmente o público e o privado. Eles amassam, tomam e rasgam nossos cartazes. Não tem o mínimo de equilíbrio emocional para ter um cargo de direção”, completa.

Os médicos federais fizeram uma assembleia ontem (26) e decidiram pela manutenção da greve na medida em que não houve avanço nas negociações, informou o presidente do Sindmed, Jorge Darze. “As negociações com o Ministério da Saúde, segundo o ministro, que nos recebeu à cerca de duas semanas, dependem da aprovação do Ministério de Planejamento. Segundo ele, a incorporação da gratificação por desempenho, está sendo objeto de análise por esse Ministério, mas nós achamos que está eles estão demorando demais para dar uma resposta simples, já que é algo que mostra uma injustiça clara com a categoria”, comenta Darze.

Os médicos têm uma audiência pública no Senado no próximo dia 4 de junho  “Os senadores vão realizar uma audiência publica para discutir a rede federal e esperamos nessa audiência construir uma frente parlamentar para nos auxiliar nas negociações com o Ministério”, explicou Darze.No dia seguinte (5), acontece uma nova audiência no Ministério da Saúde. “Pretendemos retomar a discussão do ajuste e fazer uma pauta maior do que essa, encabeçada pela Federação Nacional dos Médicos, que envolve o plano de carreiras para os médicos federais, condições de trabalho, etc”, completa.

Segundo ele, os médicos estaduais estão começando a se mobilizar para entrar em greve.  “Estamos trabalhando para que o movimento no estado seja consolidado o mais rápido possível. Há sim a possibilidade de uma greve com as mesmas características do médicos federais.  A situação dos médicos estaduais do Rio é a pior do Brasil. O vencimento básico é de R$208 reais, um salário congelado há 15 anos. A situação é muito grave. E o nosso desejo é que esse movimento se fortaleça para pressionar o governo do estado. Não é justo que as pessoas estejam recebendo esse salário”, completa o médico.

A Secretaria Estadual de Saúde informou que terá uma reunião interna amanhã (28), quando terá informações mais precisas sobre as negociações. O Ministério da Saúde não respondeu até o fechamento desta matéria.

Vigilantes tentam nova reunião com sindicato patronal

Está marcada para amanhã (28) a 1ª audiência de conciliação entre o sindicato dos vigilantes (Sindivig) e o sindicato das empresas de segurança privada (Sindesp). Foram convocados para esta audiência todos os sindicatos dos vigilantes que estão em greve e o Sindicato Patronal.

 Há 34 dias na greve a categoria reivindica 10% de reajuste salarial, aumento do tíquete refeição para 20 reais, adicional de risco de vida e periculosidade, diária para os vigilantes que trabalharão na copa do mundo de 180 reais com carteira assinada, redução da jornada de trabalho, plano de saúde, além de avanços nas cláusulas sociais.

Com apenas 3 reuniões, sendo a última na SRTE, o Sindicato patronal se recusou a continuar as conversações oferecendo apenas 7% de reajuste salarial e R$ 13 reais de tíquete com 20% de desconto, rejeitada por unanimidade em assembleia. O Sindesp não respondeu até o fechamento desta matéria.

Professores e Polícia Civil esperam resposta das autoridades

Os professores têm uma reunião marcada para amanhã (28) com representantes da prefeitura e da Secretaria Municipal de Educação (SME) numa nova rodada de negociações para a categoria. A greve unificada por tempo indeterminado da classe foi definida no dia 23 de maio, em uma assembleia com os profissionais da rede pública. Novo encontro dos profissionais vai acontecer na sexta-feira (30) para discutir as novas propostas que o governo deve apresentar e decidir os rumos da greve.   

>> Justiça considera ilegal greve dos professores do Rio

O Sindicato dos Policiais Civis informou que a classe não fará novas paralisações até a data estabelecida por Pezão para dar um dos benefícios exigidos. Na sexta-feira (23), o governador do Rio Luiz Fernando Pezão, garantiu à categoria que vai encaminhar ao Legislativo o Projeto de Lei (PL) que vai indicar a incorporação da gratificação de R$ 850 ao salário-base dos policiais. Isso deve acontecer até o dia 12 de junho, de acordo com o governo.