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Sem transição, Bornier diz que receberá Nova Iguaçu em situação de calamidade

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Eleito para governar Nova Iguaçu pela terceira vez, o deputado federal Nelson Bornier (PMDB) não esconde a preocupação com o que encontrará após a posse em 1º de janeiro: "a expectativa é a pior possível", ressalta.

A atual prefeita, Sheila Gama (PDT), teria negado ao sucessor um processo de transição, fato que tem gerado reclamações por parte do prefeito eleito:

"Talvez eu tenha sido o único prefeito eleito no Brasil que não teve transição. Não tive acesso a nenhuma informação da prefeitura. Sheila nunca me cumprimento, nem aceitou receber sequer um telefonema desde que fui eleito", reclama Bornier.

Conforme o Jornal do Brasil já noticiou, também em Duque de Caxias o prefeito eleito, Alexandre Cardoso (PSB), tem reclamado das condições em que irá assumir a administração municipal. Lá há problema de recolhimento de lixo, falta de professores em escolas e até equipamentos estariam sendo levados da prefeitura. 

Em Nova Iguaçu, o peemedebista diz que acontecimentos recentes fizeram com que suas prioridades para o começo de governo mudassem. Tudo porque a cidade pode passar por uma crise na coleta de lixo semelhante às de Duque de Caxias e Belford Roxo. Segundo o prefeito eleito, a cidade já começa a sofrer com a situação:

"A empresa de coleta parou de receber e o lixo já começa a se acumular pelas ruas. Não era algo que estava nos nossos planos, mas vamos ter que resolver isso antes de mais nada", promete.

Com dívidas bilionárias, prefeitura sofrerá auditoria

Segundo o relato de Bornier, não é só a empresa responsável pelo recolhimento de lixo que sofre com calotes da administração municipal. A falta de pagamentos já teria obrigado ao encerramento precoce do ano letivo na rede de ensino por conta da falta de merenda e tem levado as unidades de saúde a funcionarem de maneira precária. Nem os telefones da sede da prefeitura, hoje cortados por inadimplência, escaparam:

"A cidade tem dívidas de toda ordem. Na saúde, por exemplo, não tem papel higiênico e comida nos hospitais Também não pagaram os conveniados. Hoje, a prefeitura acumula R$ 1,2 bilhão de dívidas. Só na previdência municipal, que está quebrada, o rombo é de R$ 500 milhões. É uma situação de calamidade. Se alguém quiser falar comigo a partir de quarta-feira (2), terá que ligar para o meu celular, porque o telefone da prefeitura não foi pago", garante.

Ele promete realizar uma auditoria assim que assumir o cargo:

"Uma auditoria aqui é obrigatória, até para a gente se salvaguardar de qualquer responsabilidade. Não é retaliação. Caso contrário, podemos estar prevaricando no exercício do cargo", completa.