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Moradores da Vila Cruzeiro negam confronto que resultou na morte de menor

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Parentes e vizinhos do menor Abrahão da Silva, 14 anos, morto na noite desta segunda-feira (26) por soldados da Força de Pacificação, negam a versão do Exército de que a morte do garoto tenha sido provocada por um confronto entre criminosos e soldados.

Segundo um primo da vítima afirmou ao RJTV, ele viu os militares apontando um fuzil para William e outros dois homens. Os três estavam deitados no chão e não reagiram. Ainda de acordo com uma outra moradora, os soldados ameaçaram matar um segundo homem depois da morte do garoto. "Ele disse que mataria um dos homens deitados no chão porque tinham presenciado a morte do William", acusou a mulher, que diz ter presenciado o assassinato.

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Mais cedo, o porta voz da Força de Pacificação, o coronel Malbatan Leal reafirmou que  o garoto de 14 anos morto ontem no Mirante da Chatuba, na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha, tinha envolvimento com o tráfico de drogas local. A região está ocupada por homens do Exército desde novembro do ano passado, mas não está livre do tráfico de drogas cujo transporte é feito em pequenas quantidades - o famoso "tráfico formiguinha".

Outra versão

Ainda segundo informações do Exército, o garoto morto depois de uma suposta troca de tiros, estava em companhia de outros dois homens que trocaram tiros com agentes da Força de Pacificação. 

"Ao perceberem uma movimentação estranha, os soldados se aproximaram do trio. Foi quando os criminosos começaram a atirar e os soldados revidaram", contou o coronel Malbatan Leal. Segundo ele, ao avistarem o menor ferido, os homens do Exército cessaram os disparos e socorreram o baleado. Outros dois teriam conseguido fugir ilesos.

Nenhum armamento e nenhuma quantidade de droga foi apreendida com o menor baleado. "Não conseguimos capturar os outros dois. Eles devem ter levado o armamento consigo", defendeu o oficial. 

Até o fim da manhã desta terça-feira, o corpo do garoto ainda não havia sido liberado para o Instituto Médico Legal.