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Articulação para suceder Temer é "pura especulação", diz Rodrigo Maia

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O presidente da Câmera dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse, em evento que participou em Buenos Aires nesta sexta-feira (7), que a circulação de informações indicando um grande acordo entre o seu partido e o PSDB para promover uma transição para assumir a presidência, no lugar de Michel Temer (PMDB), é “pura especulação”. 

O nome de Rodrigo Maia vem ganhando consenso entre parlamentares e o mercado financeiro, ao mesmo tempo em que a situação de Temer fica mais crítica e sua base aliada parece enfraquecer. Mas o parlamentar tem desviado do assunto, e procurado até evitar ocupar a presidência mesmo em situações naturais, como quando Temer se ausenta do país. Sucessor natural o presidente nestes casos, Rodrigo Maia embarcou em viagem oficial para a Argentina justamente quando o presidente foi para a Alemanha, participar do G20. A presidência acabou sendo transmitida para o presidente do Senado, Eunício de Oliveira.

Maia insistiu na afirmação de que o DEM não pretende deixar o governo. "Somos aliados do presidente Michel Temer, apesar de toda a crise, e eu disse ao presidente do meu partido, no começo da crise, que se tivesse que acontecer alguma coisa, o DEM deveria ser o último a desembarcar do governo. Nós vamos manter a nossa posição de apoio ao governo", garantiu Maia.

Ele reiterou: "Como presidente da Câmara, não me cabe fazer defesas na tribuna da Câmara. Me cabe ser o coordenador das votações do processo da denúncia. Por isso tenho me mantido afastado do tema".

Durante os eventos do Foro Parlamentar sobre Relações Internacionais e Diplomacia Parlamentar, presidido pelo presidente do Senado argentino, Federico Pinedo, Maia não tirou a atenção do celular, pois disse que estava acompanhando o resultado do jogo do Botafogo, que, na noite de quinta-feira, tinha vencido o Nacional, do Uruguai, pela Copa Libertadores.

A denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Michel Temer, por corrupção passiva, terá novos capítulos na próxima semana. O relator Sérgio Zveiter deve ler seu parecer na Comissão de Constituição e Justiça na segunda-feira. 

Cunha e Funaro

As recentes turbulências políticas podem ser agravadas com novas revelações, que devem surgir ainda neste fim de semana, a partir de delações do ex-deputado Eduardo Cunha e do operador Lúcio Funaro, tornando ainda mais complexa a situação de Temer. 

Temer transmitiu o cargo temporariamente ao presidente do Senado, Eunício Oliveira, pouco antes de embarcar para a Alemanha.

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