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28 deputados que apoiaram o impeachment estão nas planilhas da Odebrecht

STF determinou apuração preliminar sobre planilhas apreendidas pela Lava Jato 

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Dos 367 deputados federais que votaram no último domingo (17) pela admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff, na Câmara dos Deputados, 28 deles compõem as planilhas da Odebrecht apreendidas na 26ª fase da Operação Lava Jato, que supostamente mostra doações feitas pela empreiteira a mais de 300 políticos (entre ministros, governadores, prefeitos, senadores, deputados e vereadores). Se for verdade que as planilhas mostram distribuição de propina, a imagem do Congresso fica ainda mais arranhada, principalmente num cenário em que o Parlamento poderá assumir protagonismo com o iminente impeachment.

O ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator da Lava Jato na Côrte, determinou neste sábado (23) a abertura de procedimento para uma apuração preliminar sobre a lista. A Procuradoria-Geral da República ainda analisará a matéria para decidir se pede ou não a abertura de inquéritos contra políticos que figuram nas planilhas. Por enquanto, ainda não é possível afirmar se tratam-se de doações legais de campanha ou caixa 2. 

>> Teori Zavascki manda investigar lista da Odebrecht

Por sua vez, dos 137 que votaram contra o impeachment, sete deputados estão na lista da Odebrecht (5,2% dos que se opuseram ao processo). Ao todo, 36 estão nas planilhas, dos quais, portanto, 78% apoiaram o impeachment e 19,5% tentaram barra-lo. Um deles se absteve da votação.

Segue abaixo a lista com todos os 36 deputados federais que são mencionados nas planilhas da Odebrecht e votaram contra ou a favor do impeachment no domingo:

A favor

Afonso Hamm (PP-RS) 

Arthur Maia (PPS-BA) 

Arthur Virgilio (PSDB-AM) 

Beto Mansur (PRB-SP)

Bruno Araújo (PSDB-PE) 

Celso Russomano (PRB-SP) 

Daniel Coelho (PSDB-PE) 

Duarte Nogueira (PSDB-SP) 

Eduardo Cunha (PMDB-RJ) 

Giovani Cherini (PDT-RS) 

Heráclito Fortes (PSB-PI)

Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) 

José Carlos Aleluia (DEM-BA) 

José Otávio Germano (PP-RS) 

Julio Lopes (PP-RJ) 

Jutahy Magalhães (PSDB-BA) 

Luciano Ducci (PSB-PR) 

Luiz Fernando Faria (PP-MG) 

Mendonça Filho (DEM-PE) 

Nelson Marquezan Filho (PSDB) 

Osmar Terra (PMDB-MG) 

Otavio Leite (PSDB-RJ) 

Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG) 

Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SD-SP) 

Renato Molling (PP-RS) 

Rogério Marinho (PSDB-RN) 

Rodrigo Maia (DEM-RJ) 

Sergio Sveiter (PMDB-RJ) 

Abstenção

Clarissa Garotinho (PR-RJ) 

Contra

Daniel Almeida (PCdoB-BA) 

Marco Maia (PDT-RS) 

Maria do Rosário (PT-RS) 

Paulo Magalhães (PSD-BA)

Patrus Ananias (PT-MG) 

Ronaldo Lessa (PDT-AL) 

Vander Loubet (PT-MS) 

Deputados da lista já se manifestaram, negando irregularidades nas supostas doações:

“Eu só recebo doação de caixa um. Não recebi diretamente da Odebrecht na minha conta, mas, efetivamente, a Odebrecht doou para o PMDB alocado em outras campanhas do PMDB que, provavelmente, parte é meu pedido, sim. É possível, sim. Eu pedi e tem lá claramente... foram várias doações que foram feitas a meu pedido deslocadas do PMDB. Na minha campanha, diretamente, não foi.", disse o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha. 

"Nosso mandato sempre foi muito transparente. Referimos, abaixo, o nosso posicionamento sobre a lista divulgada. Está se fazendo uma confusão proposital para misturar o joio e o trigo. Me solidarizo a todos que fazem política com lisura e receberam doações legais e devidamente declaradas. Há que se analisar especialmente as doações inidôneas e não registradas junto ao TSE. Interessante notar que muitos da turma do golpe podem estar nesta situação. A respeito da divulgação da lista de doações da empresa Odebrecht para campanhas eleitorais, divulgadas nesta manhã, venho a público esclarecer a referência ao meu nome. A planilha cita 'indicações Maria do Rosário – CAM Porto Alegre'. Trata-se de uma doação legal feita em 2012 a qual indiquei, ao PT Nacional, a então candidata a vereadora de Porto Alegre, Ariane Leitão. A prestação de contas da candidata demonstra o devido registro ao TRE em 19 de setembro daquele ano.", declarou a deputada petista Maria do Rosário, em sua página no Facebook. 

>> Datafolha sobre impeachment confirma percentuais que Dilma teve nas eleições