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Impasse com PMDB adia anúncio da reforma ministerial

Bancada do PMDB na Câmara fica com Saúde e Ciência e Tecnologia

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O anúncio da reforma ministerial, previsto para esta quinta-feira, foi adiado para sexta-feira (2), devido ao impasse com o PMDB quanto aos ministérios a serem preenchidos pelo partido. Nesta quinta, a presidente Dilma Rousseff esteve reunida com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ministros e assessores especiais para discutir o assunto.

Segundo fontes do Planalto, o principal impasse dizia respeito ao Ministério de Ciência e Tecnologia.Dilma chamou o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, para que ele aceitasse ser transferido para a Ciência e Tecnologia, liberando sua atual pasta para a bancada do PMDB na Câmara. Padilha não aceitou a oferta, e Dilma decidiu mantê-lo no mesmo cargo.

>> Dilma discute reforma ministerial com Lula

Kátia Abreu, também continuará na Agricultura; Henrique Alves, no Turismo; e Eduardo Braga, no Ministério de Minas e Energia. Já Hélder Barbalho, atual ministro da Pesca, vai para Portos. Os dois ministérios que caberão à bancada do PMDB na Câmara serão Saúde, que deverá ser ocupado por Marcelo Castro, e Ciência e Tecnologia, que deverá ficar com o deputado Celso Pansera, do PMDB-RJ.

O anúncio da reforma ministerial está marcado para as 10h30, no Palácio do Planalto. A própria presidente fará o anúncio com todos os ministros envolvidos presentes.

Na semana que vem, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, detalharia como as alterações impactariam na redução de gastos.

Uma coisa é certa: a saída de Aloizio Mercadante (Casa Civil) do núcleo duro do governo vem sendo vista como uma vitória do ex-presidente Lula. Ao líder petista se credita o ganho de fôlego do Planalto para manter o PMDB na base aliada, sem grandes prejuízos.

>> Vitorioso na reforma, Lula quer Henrique Meirelles no lugar de Tombini para o BC

Mas o desfecho da reforma ministerial e administrativa pode apresentar uma surpresa. Lula vem insistindo na nomeação de Henrique Meirelles para ocupar o lugar de Alexandre Tombini na presidência do Banco Central.

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Dilma já cedeu aos pedidos de Lula em relação a Jaques Wagner, que será o novo titular da Casa Civil; Ricardo Berzoini, na coordenação política; e Edinho Silva, na Comunicação. Se concordar com a mudança no BC, o ex-presidente passará a influenciar também a área econômica do governo, da qual ele é crítico severo.

Líderes do PMDB no Congresso Nacional avaliaram, em reunião nesta quarta-feira (30), que a saída de Aloizio Mercadante da Casa Civil pode melhorar a relação do Planalto com a base aliada.

Ontem, ao comentarem a nomeação de Jaques Wagner para o lugar de Mercadante, peemedebistas ainda demonstravam ressentimento com o petista por conta da sucessão de problemas causados no passado e que deterioram o diálogo da presidente Dilma Rousseff com o Parlamento.

Lembraram, por exemplo, que foi de Mercadante a ideia de apresentar, no início do ano, um candidato alternativo - o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) - para concorrer com Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à Presidência da Câmara. O que, na interpretação dos peemedebistas, provocou ainda mais o atual presidente da Casa.

Já na eleição para a Presidência do Senado, o ministro levou parte do PT a apoiar o adversário de Renan Calheiros, o senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC, falecido em maio deste ano), que também perdeu o embate.

Ainda segundo parlamentares do maior partido da base aliada, Mercadante também foi um dos maiores estimuladores da recriação do Partido Liberal pelo ministro Gilberto Kassab (PSD) para esvaziar o PMDB. Para a felicidade dos peemedebistas, o TSE negou o registro ao PL. E o governo ganhou um problema a menos com sua base aliada.