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Suposto operador de esquema, Mário Góes faz acordo de delação

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A GloboNews informou nesta quarta-feira que a Operação Lava Jato tem cinco novos delatores, segundo o Ministério Público Federal, no Paraná. Os nomes de quatro colaboradores ainda são mantidos em sigilo pelos procuradores, mas o quinto é o lobista Mário Góes, dono das empresas Rio Marine Óleo e Gás, e Mago Consultoria.

A investigação da Polícia Federal mostrou que ele recebeu de empreiteiras, entre 2003 e 2014, R$ 220 milhões. O dinheiro, segundo os peritos, corresponde a pagamentos feitos por meio de contratos falsos de prestação de serviços de consultoria.

As transferências da Odebrecht e da Andrade Gutierrez, as duas maiores empresas de construção do país, pagaram a Goes R$ 6,4 milhões entre 2004 e 2009. Nos dois depoimentos, um no dia 23 de maio e outro no dia 17 de julho, o empresário chorou. Pediu pela prisão domiciliar e alegou estar com a saúde debilitada.

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A PF também identificou um pagamento feito pelo operador no valor de R$ 70 mil, feito em 2007 a Pedro Barusco, ex-gerente da estatal. A maioria das saídas das contas das empresas de Goes, era em dinheiro em espécie, no boca do caixa. No total, R$ 70 milhões saíram desta forma e, em grande parte, os saques eram em valores menores, para escapar do controle do Banco Central.

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Contra Mário Goes pesa a acusação de que ele conhecia e participava de todo o esquema de corrupção que beneficiava a Odebrecht. Ao longo do processo, o MPF tem sustentado que e-mails trocados entre a cúpula da empreiteira mostram que Marcelo sabia das negociações irregulares.

Até esta etapa da investigação, a Lava Jato contabiliza 23 delatores. Um deles, o empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, assinou pacto diretamente com a Procuradoria-Geral da República, perante o Supremo Tribunal Federal.

Dos outros 22, 17 são conhecidos: o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás Paulo Roberto Costa e seus familiares (a mulher Marici da Silva Azevedo Costa, as filhas Shanni Azevedo Costa Bachmann e Arianna Azevedo Costa Bachmann e os genros Humberto Sampaio de Mesquita e Marcio Lewkowicz), o ex-gerente da estatal Pedro Barusco, o doleiro Alberto Youssef e seu ajudante Rafael Ângulo Lopez, os empreiteiros que faziam parte da cúpula da Camargo Corrêa, Dalton Avancini e Eduardo Leite, os lobistas Julio Camargo, Milton Pascowitch e Shinko Nakandakari, e os empresários Augusto Ribeiro, Luccas Pace Junior e João Procópio. O delator mais recente é o lobista Milton Pascowitch.

Paulo Roberto Costa foi o primeiro delator da Lava Jato. Ele já prestou 118 depoimentos, que levaram a nomes de deputados, senadores e governadores que teriam recebido propinas pagas por empreiteiras.