De Salvador - As discussões sobre as emendas da chamada Carta de Salvador, referente às possíveis reformas internas no Partido dos Trabalhadores (PT), formulada durante o 5º Congresso Nacional da sigla, na capital baiana, devem entrar pela madrugada deste sábado (13/6) de forma acalorada e, em se tratando de determinados temas, os ânimos ainda continuam acirrados nas atividades que já duram mais de 12 horas.
Um deles é referente ao ajuste fiscal, que no final da noite desta sexta-feira (12) recebeu maioria a favor e deve ser aprovado na votação deste sábado (13) em um dos textos que sofreu alteração. No entanto, a menção feita no conteúdo da matéria à medida econômica foi sutil, ressaltando a importância do crescimento do país no combate ao desemprego e ações que beneficiem a população mais desfavorecida economicamente.
Uma outra questão polêmica, e que dividiu as opiniões dos delegados distritais e nacionais do PT, é o fim da votação pelo sistema de voto direto nas urnas (PED). Uma ala do partido estaria propondo nas discussões manter o sistema apenas para o cargo de presidente da sigla, e para os demais os votos seriam computados através de uma nova metodologia.
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De acordo com um delegado petista, a tendência política do encontro no final da noite desta sexta (12) é mais esquerdista, evitando tocar em pontos delicados das negociações que possam causar conflitos com a base aliada (PMDB).
O presidente nacional do PT, Ruy Falcão, deve ler a conclusão dos trabalhos no início da tarde deste sábado (13). Porém, a redação final só será divulgada na segunda (15) ou terça (16). Neste período nenhuma outra informação poderá ser incluída no texto final. A expectativa para a leitura de conclusão é de serem citados os nomes do juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações da Lava Jato na Justiça do Paraná, e uma moção em defesa de João Vaccari, cuja prisão é considerada "injusta" e "uma perseguição da oposição" pelos delegados petistas participantes dos blocos nacionais.
Enquanto o nome de Vaccari foi citado algumas vezes no Congresso, delegados afirmam que em nenhum momento ouviram falar sobre as posturas de Eduardo Cunha na presidência da Câmara e nem na prisão de José Dirceu.