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Pagot confirma ter solicitado dinheiro a empreiteiros para a campanha de Dilma

Tesoureiro De Filippe solicitou repasse de verbas de várias empresas

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O ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura  de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot confirmou nesta terça-feira (28), em depoimento à CPI do Cachoeira, que recebeu pedidos dos PT para solicitar  recursos para campanha eleitoral da presidente Dilma Rousseff, em 2010.

Para o senador tucano Álvaro Dias, um dos próceres da oposição ao governo, realmentge não se pode falar e,m ilegalidade, mas sim em questão ética. “não deixa de ser inconveniente ao govenro  usar a estrutura pública para arrecadar para uma campanha eleitoral”, explicou o parlamentar paranaense.

Pagot diz ter sido procurado pelo tespoureiro da campanha de Dilma – que ele não nomeou, mas era o deputado federal José de Filippi Junior, do PT de São Paulo – no primeiro e, após as eleições de 2010, para que tentasse conseguir doações à campanha. No primeiro turno o tesoureiro até o dispensou de procurar as grandes empreiteiras, “pois estas o comitê central do partido estava tratando diretamente”. No segundo turno,Pagot se recurou a ajudá-lo.

Depois de admitir ter encaminhado o pedido no primeiro turno, ´para cerca de 40 empresas, já que não viu nenhuma ilegalidade nele, Pagot explicou que nada prometeu em troca. Segundo confessou, pelo menos seis empresas lhe encaminharam boletos confirmando as doações oficiais para a campanha de Dilma Roussef. Mas, junto à prestação de contas da campanha no TSE, ele proprio verificou que outras empresas também colaboraram com a campanha.

Ao responde ao senador Álvaro Dias, admitiu que as empresas que procurou doaram entre R$ 5, 5 milhões e R$ 6 milhões para a campanha da atual presidente.

Ao mesmo tempo em que confirmou os pedidos feitos para campanha de Dilma, Pagot tentou eximir-se de responsabilidade sobre a denúncias de que um aditivo de R$ 260 milhões no contrato das obras do Rodoanel, em São Paulo, serviriam pare alimentar as campanhas tucanas de José Serra e Geraldo Alckmin.  Ele diz que ouviu isto e repassou a um jornalista, mas alertou-o de que era algo que não se poderia provar e frisou que “mais parecia conversa de bêbado”.

Ele admitiu ter sido pressionado por Geraldo Alckmin para que fosse assinado o aditivo. Segundo contou, o valor extra da obra – inicialmente contratada por R$ 3,6 bilhões – foi apresentado pelo diretor do Dersa, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, que foi apontado por muitos como arrecadador das campanhas dos tucanos paulistas.

Pagot garante que o aditivo não foi assinado, mas que o reajuste no contrato acabou sendo feito por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta assinado com a supervisão do Ministério Público, mas que o Dnit não participou dele.

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Segundo ele, em 2010, Ideli o procurou para tratar de três convênios relacionados ao estado de Santa Catarina. No final da reunião, ela teria dito: “Sou candidata ao governo e preciso que me indique empresas para que eu possa buscar recursos”.

Ele disse que respondeu: “Eu não posso, não devo e não vou fazer isso”. Na época, ele disse ter certeza de que ela ficou contrariada.