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Mulher de Cachoeira fica em silêncio na CPI e é dispensada

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A mulher do contraventor Carlinhos Cachoeira, Andressa Mendonça decidiu usar o seu direito constitucional e ficou calada na CPMI que investiga as relações do bicheiro com políticos. Depois de três tentativas do presidente da CPI, senador Vital do Rêgo, para que Andressa prestasse depoimento, ela repetiu que ficaria calada, mesmo que a sessão fosse secreta.

Antes, Vital do Rêgo (PMDB-PB) disse que ela comparecia à comissão na condição de investigada, em razão da abertura de inquéritos contra ela pelo Ministério Público Federal, que investiga suspeitas de lavagem de dinheiro e corrupção ativa.

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Ele propôs que ela colaborasse com a comissão prestando depoimento em reunião fechada, mas ela repetiu que permaneceria em silêncio. Em seguida, ela foi dispensada e deixou a sala da comissão.

A Constituição garante aos acusados o direito de permanecer em silêncio para não criar provas contra si mesmos.

A senadora Kátia Abreu (PSD-DEM) disse no início da reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira que foi alvo de tentativa de intimidação por parte da mulher do contraventor Carlos Cachoeira, Andressa Mendonça, e depois por um telefonema anônimo procedente de um orelhão em Palmas, no Tocantins.

No dia 30, Andressa foi detida, acusada de tentar chantagear o juiz Alderico Rocha, responsável pelo processo relativo ao caso Cachoeira. Ela teria pedido a liberdade do bicheiro para impedir a divulgação de um dossiê contra o magistrado. De acordo com o juiz, Andressa também disse que tinha um dossiê contra Kátia Abreu.

A senadora disse que continuará “denunciando essa quadrilha”, como sempre fez, e que não tem medo de Andressa nem do seu "comparsa". Afirmou ainda que Andressa não passa de uma mentirosa e que deveria estar na cadeia também, por ter tentado corromper a Justiça.

“Ela não vai me intimidar. Não devo e não temo. Estou aqui na primeira fila esperando a ‘senhora Cascata’ para ouvir o que ela tem contra mim”, disse.O senador Pedro Taques (PDT-MT) disse que a comissão não pode admitir que esse tipo de ameaça aos senadores passe em branco, do contrário ficará desmoralizada.

O presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) , disse que já foram tomadas providências em relação às ameaças.

Collor pede convocação de procurador-geral e de jornalista da revista Veja

O senador Fernando Collor (PTB-AL) acusou o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de ter chantageado durante dois anos o então senador Demóstenes Torres (GO), um dos principais acusados de envolvimento no esquema do contraventor Carlos Cachoeira, cassado pelo Senado. Segundo ele, Gurgel “segurou” o inquérito da Operação Vegas para poder influenciar Demóstenes.

Collor afirmou também que Gurgel e a revista Veja davam cobertura ao esquema de Cachoeira.

O senador insistiu que a comissão precisa ouvir o procurador Roberto Gurgel e também o jornalista Policarpo Júnior, da revista Veja em Brasília, além do dono da Editora Abril, Roberto Civita, “e outros quetais”.

Policarpo Júnior foi apontado como autor de dossiê utilizado na tentativa de chantagem ao juiz federal Alderico Rocha Santos, de Goiânia. O jornalista também aparece nas escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal.

O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) lembrou a defesa do procurador Roberto Gurgel, afirmando que ele tem sido vítima de insistentes tentativas de intimidação. “Começo a desconfiar que essa comissão esteja sendo vítima de uma conturbação para não chegar a lugar algum”, disse.