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'BBC': Como vive única família de brasileiros na Coréia do Norte 

Jornal diz que eles tem permissão para visitar museus, usar o metrô e ir à praia

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Matéria publicada pela BB nesta segunda-feira (2) conta que o diplomata brasileiro Cleiton Schenkel, se mudou com sua esposa e filho para a Coréia do Norte ha um pouco mais de um ano.

Reportagem lembra que a nação de Kim Jong-un é a mais fechada do mundo e vive um clima tenso com a situação atual com os Estados Unidos.

"Ele é um oficial corajoso, que entende bem o seu papel de nos dar informações sobre o que acontece em um centro nervoso da política mundial".

Essa foi a definição do ministro brasileiro dos Negócios Estrangeiros, Aloysio Nunes, sobre Cleiton Schenkel, único membro do corpo diplomático do Brasil na Coréia do Norte, um dos países mais fechados do mundo, e agora o centro da tensão global.

BBC destaca: "A Internet não é gratuita e sites como Google, Facebook e Instagram estão bloqueados".

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Schenkel, juntamente com sua esposa e filho, são os habitantes da enorme casa que serve como sede da embaixada do Brasil em Pyongyang e ele se encarregou de informar o governo brasileiro sobre os últimos desenvolvimentos sob o regime de Kim Jong-un. Entre eles, um teste nuclear e o lançamento de um míssil que atravessava o céu japonês.

"Temos uma noção clara de quão sensível é a situação. Não vivemos com medo ou pânico, mas não podemos negar que estamos preocupados, especialmente no momento atual ", disse Schenkel à BBC, embora ele evitasse falar sobre questões políticas ou controversas.

Na semana anterior, durante a Assembléia Geral da ONU em Nova York, o presidente Donald Trump pronunciou um discurso que incluiu críticas severas ao regime norte-coreano.

"Se os Estados Unidos forem forçados a se defender e a defender seus aliados, não teremos escolha senão destruir completamente a Coréia do Norte", advertiu Trump.

O presidente dos EUA também descreveu o jovem líder norte-coreano como um "foguete em missão suicida".

Com 11 anos no Ministério dos Negócios Estrangeiros, com alguns passos em Harare, no Zimbabwe ou em Genebra, na Suíça, Schenkel chegou a Pyongyang em junho de 2016.

Então, como chefe da equipe econômica, ele continuou a liderar a representação diplomática - embora não no papel de embaixador - que tem seis funcionários locais e opera em uma casa de dois andares, inaugurada em 2009, onde Schenkel mora com sua família.

"Meu visual é, especialmente, o de observador político. O Brasil é o único país do continente americano com duas embaixadas nas duas Coreias. Nossa presença aqui nos permite ter nossa própria visão sobre as questões da política ", disse ele.

Apesar das sanções internacionais, o Brasil é um dos países que ainda negociam com a Coréia do Norte.

No ano passado, de acordo com o Ministério da Indústria e Comércio Exterior, o fluxo comercial entre os dois países foi de US $ 10 milhões, embora o melhor ano tenha sido em 2008, quando a troca atingiu US $ 375 milhões.

Em seu tempo livre, Schenkel se dedica a assistir os jogos de sua equipe favorita, a Guilda, a ouvir o rádio ou a caminhar com sua família pelas ruas do bairro diplomático, onde a embaixada está localizada.

A família também frequentava um clube exclusivo da comunidade internacional que mora na cidade, que tem uma piscina e área de lazer.

O acesso ao bairro é meticulosamente controlado: apenas diplomatas ou funcionários das 24 embaixadas de Pyongyang podem entrar.

E na cidade, há poucas opções para sair e se divertir. No bairro há poucos restaurantes e apenas um shopping center para estrangeiros que possui lojas de barbeiro, supermercado e roupas.

Produtos importados como queijos, vinhos e cervejas estão disponíveis, mas em pequenas quantidades. E é o lugar onde a melhor maneira de se comunicar é o inglês.

Nem há entretenimento "ocidental". O cinema, por exemplo, só passa filmes locais, sem doblagem ou legendas. As produções de Hollywood são proibidas.

>> BBC

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