ASSINE
search button

Alta produtividade garante que pré-sal seja viável mesmo com barril em queda

Compartilhar

Menina dos olhos da indústria petrolífera brasileira, o pré-sal continua viável mesmo com o atual cenário adverso dos preços do petróleo. É isso o que diz a Petrobras, reforçando que conseguiu diminuir o custo de extração em águas ultraprofundas para US$ 8 o barril, quase metade do desempenho de outras grandes petroleiras. Esse valor não inclui gastos com royalties, participações especiais e retorno do investimento.

“Esse sistema é obtido graças à alta produtividade dos campos. Você tem poços que produzem 30 mil barris por dia”, explica Alberto Machado Neto, professor de Gestão de Negócios em Petróleo e Gás da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A produção nas águas ultraprofundas das bacias de Campos e Santos já responde por cerca de um quarto da produção de petróleo da Petrobras no Brasil.

No final de dezembro, a estatal informou o novo custo de extração em comunicado que confirmava a meta de produção de 2,125 milhões de barris por dia em 2015. “Com novas tecnologias, chegamos a um patamar em torno de US$ 8 por barril, quando a média das grandes petrolíferas mundiais é de US$ 15 por barril”, dizia o texto.

O custo de extração é um dos principais componentes no cálculo do break even – preço mínimo do barril, a partir do qual se calcula a viabilidade econômica da produção. Os custos anteriores ao momento de extração, porém, também devem ser levados em consideração. “Existem lugares mais baratos [para extração de petróleo], como o Oriente Médio. O problema todo é o custo de investimento. É ele que tem o maior impacto, tem a ver com o estudo de viabilidade de todo processo”, alerta Machado Neto.

Quando foram aprovados os projetos de produção do pré-sal, a Petrobras considerava que o preço mínimo do barril estaria entre US$ 45 e US$ 52, incluídas as tributações, para que o investimento fosse considerado economicamente viável. Atualmente, o Brent se encontra perto dos US$ 30. Em seus últimos pronunciamentos, a estatal não informou o novo patamar do break even, mas assegurou que a exploração do pré-sal se mantém rentável através de estratégias de redução de custos e melhoria da produtividade.

"A constatação da melhor produtividade dos poços do pré-sal em relação ao previsto na época da descoberta, associada aos ganhos de eficiência que obtivemos na construção de poços, tem permitido reduzir significativamente os investimentos previstos através da diminuição dos números de poços a serem construídos e, também, do menor tempo despendido para construí-los”, disse a Petrobras em comunicado na última quinta-feira (7).

Ainda segundo a companhia, a produção média por poço no pré-sal tem se mostrado bem superior à média mundial e o tempo necessário para a construção dos poços foi reduzido em mais de 50% nos últimos cinco anos. A queda dos preços do barril, por sua vez, tem contribuído para a redução dos custos de fornecimento de diversos bens necessários à operação da Petrobras nesses campos.

>> Queda no preço do petróleo: até onde pode chegar a estratégia da Opep?