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Dívida da Petrobras pode afetar rating brasileiro, alerta FMI

Em relatório, Fundo observa que muitas economias emergentes podem perder grau de investimento

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Em relatório divulgado nesta quarta-feira (7), o Fundo Monetário Internacional alertou que o aumento da dívida de empresas estatais coloca pressão sobre a classificação de risco de seus países. O Fundo citou a Petrobras como um dos exemplos deste cenário e levantou que algumas economias emergentes - como Brasil, Turquia e África do Sul - poderão perder seu grau de investimento no médio prazo, impactadas pela crise econômica e pelos baixos preços das commodities.

Em relatório sobre Estabilidade Financeira Global divulgado em Lima, no Peru, durante seu encontro anual com o Banco Mundial, o FMI atesta que, desde 2010, uma parcela crescente da dívida corporativa emitida por emergentes no exterior foi feita por companhias estatais. No atual cenário de crise das commodities, o Fundo afirma que empresas dos setores de petróleo, gás e serviços públicos podem afetas as notas de seus países.  

Para evitar a perda do grau de investimento, os representantes do FMI ressaltaram a importância de ajustes na política fiscal dos países emergentes. No último dia 9, a Standard & Poor's tirou o selo de bom pagador do Brasil e de muitas empresas nacionais, dentre elas a Petrobras. O país ainda não chegou a terreno especulativo na avaliação da Moody's e da Fitch e, ontem (7), um economista da Moody's disse que não prevê cortes no rating brasileiro em curto prazo. Ele também destacou que o ajuste fiscal é imprescindível. 

>>> Moody's não prevê cortes na nota do Brasil, mas reforça importância de ajuste fiscal

Em seu relatório, o FMI mostra que a dívida da Petrobras equivale a mais de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. O fato de grande parte do montante estar indexado à moeda estrangeira agrava a situação. As empresas de energia, metais e minérios respondem por quase 40% dos débitos corporativos do país, a quarta maior parcela em um grupo de 17 economias emergentes. O caso mais grave diz respeito à Rússia, onde esse número chega à casa dos 60%. 

Por Ana Siqueira