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'NYT' comenta por que o Banco Brics foi visto como necessário 

A questão é como as diferenças entre os membros vão influenciar na atuação da instituição

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O jornal americano The New York Times publicou reportagem na última quarta-feira (23), comentando a criação Banco de Desenvolvimento do Brics. Eles dizem que o grupo “anunciou a criação do Banco de Desenvolvimento, destinado a desafiar a ordem econômica liderada pelos Estados Unidos e que os EUA e a Europa deve tomar nota de que essas nações estão determinados a não serem constrangidas por instituições ocidentais que não conseguem acomodar as suas ambições”.

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“As frustrações de este bloco cinco países são compreensíveis, embora um pouco divergentes”, analisa a publicação. O Brasil e a Índia culpam a crise financeira de 2008 de minar o crescimento econômico. A África do Sul e a Índia precisam da capital para o desenvolvimento de infraestrutura, de preferência sem as condições impostas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) ou do Banco Mundial. Já a China, cuja economia deve superar a dos Estados Unidos  em breve e “não vejo porque sua moeda não deveria substituir o dólar americano em uma boa parte das transações totais”, comenta o jornal. A Rússia, expulso do Grupo dos 8, que enfrentar sanções econômicas ocidentais após sua anexação da Criméia e apoio para os rebeldes na Ucrânia, está trabalhando para construir relacionamentos mais estreitos com a China e o resto dos seus companheiros dos Brics.

Os países do Brics abrigam  40% da população mundial e são responsáveis ??por 20% da produção econômica global. Ainda assim, mas apenas os americanos e os europeus lideram o FMI e o Banco Mundial. O Congresso dos Estados Unidos contribuiu para a frustração por se recusar a aprovar legislação para transferir mais poder de voto aos países em desenvolvimento.

A China representa 70% do produto nacional bruto coletivo dos BRICS. Um Banco de Desenvolvimento da China já existe, e o país está criando seu próprio Banco Asiático de Desenvolvimento. O Banco de Desenvolvimento dos Brics será baseado em Xangai. A Índia vai assumir a presidência do banco pelos primeiros seis anos e, seguido dela, o Brasil e a Rússia se revezando. “Mas como isso vai contrabalançar a influência econômica da China está longe de ser claro”, comenta o jornal.

As nações do Brics têm sistemas políticos bem diferentes. Rússia e China, por exemplo, são regimes autoritários; Índia e Brasil são democracias. Alguns deles podem estar mais dispostos do que outros a observar as normas internacionais sobre, por exemplo, os direitos humanos, e alguns podem ser mais inclinados a condicionar os investimentos em proteção ambiental. Vai ser interessante ver como as diferenças se desenvolvem nas operações do banco.