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'El País': FMI reduz crescimento em quase meio ponto para a América Latina

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O crescimento dos mercados emergentes é muito dependente da China e esse fato representa uma preocupação que permeia a revisão pelas condições econômicas do Fundo Monetário Internacional. A avaliação está nas páginas de economia da edição desta quarta-feira (9/4) do jornal espanhol El País, com o título "FMI reduz crescimento quase meio ponto para a América Latina".

De acordo com a reportagem, a segunda maior potência do mundo moderar a sua expansão também irá atrasar os países como o Brasil. É um grande risco, mas não sozinho. Com todas essas projeções, o novo quadro deve passar de volta pelo Tesouro para avaliar os seus planos para a América Latina.

A repercussão da estagnação da China para a economia brasileira já havia sido abordada por editorial do Jornal do Brasil: "Com o não crescimento da China, a estagnação da Europa e um crescimento pífio - de 2% ou 3% - dos EUA, quais são os prognósticos para o Brasil?", questionou texto.

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A instituição antecipa um crescimento de 2,5% para esse ano na América Latina, o que leva a uma projeção de até 3% em 2015. É um corte de quatro, três casas decimais, respectivamente, daqueles antecipados em janeiro. Como os economistas do órgão dizem, a expansão "permanecerá em uma engrenagem relativamente baixa". A recuperação nas economias avançadas pode ter um efeito positivo através das exportações.

Porém, o El País faz uma avaliação que os riscos descendentes para o crescimento são maiores agora do que há três meses. Isso por causa da chamada taxa de "considerável". Alguns já estão se materializando, depois de a Reserva Federal do banco central dos EUA iniciar o processo para a normalização monetária. A publicação alerta ainda que o FMI também observa o impulso do comércio, que pode ser ofuscado por uma queda no preço das matérias-primas exigidas pela China.

O FMI observa a recuperação global de forma robusta, mas irregular, com pontos localizados de vulnerabilidade. O crescimento dos mercados emergentes deve aumentar "modestamente" este ano para 4,9%. Mas essa taxa é de dois décimos a menos do que o previsto há três meses, embora ainda acima dos 3,6% do total, que é cortado por um décimo. Para o próximo é de 5,3%, um décimo a menos do que o esperado, em comparação com 3,9% do total.

Mais rápido do que o avançado

América Latina vai crescer, portanto, menos do que a média global, mas será sobre os 2,3% das economias avançadas, diz o El País. O corte nas projeções se explica , principalmente, para o Brasil. Agora estagnou o seu crescimento em 1,8%, meio ponto a menos que o previsto para este ano, em janeiro e abaixo de 2,3% em 2013. Para o próximo estaria condenado a 2,7%, dois décimos a menos do que o esperado e quase meio ponto de crescimento em 2012.

O texto destaca que, com omo em todos os mercados emergentes, o FMI fala de uma "aceleração modesta" da atividade econômica para a região latino-americana. Ele também afirma que há "diferenças significativas" entre as principais economias. Para o México, as projeções apontam para um um crescimento de 3% para 2014 e 3,5% para 2015. É um aumento notável de 1,1% em 2013, mas mantém-se abaixo dos 3,9% em 2012.

A reportagem explica que a economia mexicana está se beneficiando de políticas implementadas por Peña Nieto e a retomada do crescimento nos EUA. Uma tendência que contrasta com a deterioração das perspectivas de curto prazo para a Argentina e Venezuela, que desempenha no mesmo pacote para as dificuldades que têm de ser feito com financiamento externo e o impacto negativo dos controles internos.


Projeções para Argentina

O FMI prevê que a economia Argentina deve crescer apenas 0,5% este ano, uma desaceleração significativa de 4,3% em 2013, e ele dobrou para 1% em 2015. Já a Venezuela deve crescer 1% no ano passado para uma contração prolongada de 0,5% este ano e, portanto, piorar um negativo de 1% no próximo. As projeções estão sujeitas a um alto grau de incerteza.

Para a Colômbia e Peru as previsões são de expansão a um ritmo bastante rápido, 4,5% e 5,5%, respectivamente, este ano é de 4,5% e 5,8% no próximo. O chileno também deve alcançar números robusto, embora moderando de 4,2% em 2013, que fechou 3,6%, antes de voltar a recuperar o nível do ano passado projetado para 2015. No seu caso, é atribuído a uma desaceleração significativa do investimento estrangeiro no setor de mineração. Bolívia e Paraguai devem crescer cerca de 5%.



Situação complexa

Como Christine Lagarde disse na semana passada: "Os mercados emergentes enfrentam uma situação complexa". Isto também é uma realidade para a América Latina. "O aumento da pressão de financiamento externo, sem uma melhoria no crescimento global, vai prejudicar o crescimento destes países", disse o diretor-gerente do FMI. O relatório observa que os investidores são mais sensíveis ao risco e que pode causar mudanças bruscas nos fluxos de capital.

As moedas dos países emergentes amenizaram as perdas anuais, que por sua vez, ajudou a acalmar os receios de uma crise como a de 1997. Esta estabilização também está permitindo que o capital estrangeiro retornem a alguns países. A equipe de economistas formada por Olivier Blanchard reforçaram que os mercados emergentes e em desenvolvimento "devem ser preparados para resistir ainda mais a novos tumulto".

Reduzir as vulnerabilidades

Nesta situação, o fundo também reforçou aos governos da América Latina para serem ambiciosos na redução dos pontos de vulnerabilidade de suas economias contra os choques externos. A receita é conhecida: as reformas estruturais para aumentar a produtividade e a competitividade, reduzir os desequilíbrios fiscais, aumentar a demanda interna e maior supervisão do setor financeiro. Flexibilidade monetária e cambial também pode proteger.

Apesar dos avisos, o FMI observa que as economias emergentes e em desenvolvimento contribuem com dois terços do crescimento global. O outro motor é a América. Deverá crescer 2,8% este ano, em comparação com 1,9% em 2013, e possivelmente 3% até 2015, através de uma combinação de política monetária livre, apesar do processo de retirada do estímulo e uma consolidação com característica menos fiscal. Ou seja, mantém-se um perfil citado em janeiro.

Seus economistas apontam para um ligeiro abrandamento no início de 2014, mas ele é atribuído ao clima no inverno passado. Também citados como fatores positivos para a economia de recuperação de habitação dos EUA, um aumento de rendimentos das famílias, em função da alta nos preços da habitação e do investimento que os bancos estão relaxando as condições em que concedem crédito.