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Após anúncio de PIB baixo, Dilma critica 'mercadores do pessimismo'

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A presidente Dilma Rousseff criticou neste sábado (2) aqueles que, segundo ela, questionam as medidas econômicas do seu governo, a quem chamou de “mercadores do pessimismo”. A declaração aconteceu um dia após a divulgação do crescimento de 0,9% da economia brasileira no ano passado, durante discurso na convenção do PMDB em Brasília.

“Os índices de desemprego são baixos. A inflação sob controle. Agora, neste início de 2013, a indústria começa a dar claros sinais de retomada. Ninguém pode dizer que o Brasil não tem suas finanças sob controle. Mais uma vez os mercadores do pessimismo vão perder como perderam quando previam o racionamento de energia. em janeiro e fevereiro e, mais uma vez agora, quando apostam todas as fichas no fracasso do país. Eles vão se equivocar. Tenho certeza que todos vocês sabem que torcer contra é o único recurso daqueles que não sabem agir a favor do Brasil”, discursou a presidenta para militantes do PMDB.

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O Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, cresceu 0,9% em 2012 em relação ao ano anterior, totalizando R$  4,4 trilhões. O dado foi divulgado na sexta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse foi o pior desempenho da economia desde 2009, quando havia sido registrada uma queda de 0,3%. Em 2011, houve crescimento de 2,7% e, em 2010, de 7,5%.

Em relação ao 3º trimestre de 2012, o PIB do 4º trimestre teve variação positiva de 0,6%, na série com ajuste sazonal. Entre as atividades econômicas, destacam-se os serviços, com crescimento de 1,1%. A indústria teve variação positiva de 0,4%, enquanto a agropecuária registrou queda (-5,2%), segundo o IBGE.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, explicou o fraco desempenho da economia brasileira em 2012, responsabilizando a agricultura como a vilã da história. "Foi um PIB fraco, abaixo das nossas expectativas, porém em trajetória de aceleração, que vai continuar em 2013. Acreditamos no crescimento que estabelecemos para o país", disse Mantega. "Temos dados dos primeiros meses deste ano que mostram que essa trajetória de aceleração está se mantendo".

Dilma diz que parceria com PMDB terá 'uma vida longa' 

Bem-humorada e com um discurso elogioso ao vice-presidente Michel Temer, a presidente Dilma Rousseff comemorou a aliança que levou o PT e o PMDB ao Palácio do Planalto e reafirmou a intenção de manter a coalizão política com os peemedebistas por “uma longa vida”.  

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“É uma honra participar da convenção do partido que é o maior parceiro do meu governo. O convite do PMDB para eu estar aqui ofereceu uma oportunidade extraordinária para que possamos celebrar essa parceria sólida, produtiva e que sem dúvida alguma terá uma longa vida", afirmou Dilma, sem citar as eleições de 2014 e evitando dar prosseguimento à guerra de declarações com a oposição que dominou toda a semana.

Dilma fez o discurso mais longo da convenção nacional do PMDB e narrou personagens históricos do partido, como Ulysses Guimarães e Tancredo Neves. No entanto, a presidente reservou a seu vice a parte mais elogiosa. Destacando o perfil negociador de Michel Temer, Dilma afirmou que parte do sucesso de seu governo se deve a ele.

Quero aqui reconhecer que o PMDB nunca faltou ao meu governo. Eventualmente, nos papeis de contradição que existem numa coalizão, o PMDB soube ser o partido da governabilidade. Esse é o reconhecimento que o Brasil deve ao PMDB

Afago

Diante das crescentes pressões de outros partidos da base aliada por um lugar de destaque na chapa para a reeleição, em especial o PSB, do governador pernambucano Eduardo Campos, Dilma fez questão de reafirmar o compromisso do PMDB com o governo.

“Quero aqui reconhecer que o PMDB nunca faltou ao meu governo. Eventualmente, nos papéis de contradição que existem numa coalizão, o PMDB soube ser o partido da governabilidade. Esse é o reconhecimento que o Brasil deve ao PMDB”, destacou Dilma.

A presença da presidente na convenção peemedebista, que deve reeleger Temer para o 13º mandato à frente do partido, é mais uma demonstração de que espera contar com o a legenda ao seu lado. Na última quarta-feira, Dilma se reuniu com o senador Eduardo Braga (PMDB-AM), líder do governo no Congresso, e à noite foi a um jantar oferecido por Temer ao ex-presidente do Senado José Sarney (PMDB-AP).

O périplo partidário continuou no dia seguinte, quando a presidente recebeu Temer em audiência divulgada na agenda presidencial - fato incomum - e ontem, quando foi ao Rio de Janeiro inaugurar um hospital ao lado do prefeito Eduardo Paes e do governador Sérgio Cabral, ambos do PMDB. 

A manifestação de Dilma foi antecedida pelo discurso de Temer, que prometeu dedicar as inserções nacionais em rádio e televisão reservadas ao partido para os diretórios estaduais. A intenção, segundo Temer, é mostrar o trabalho que a legenda vem fazendo regionalmente, especialmente para mostrar a força do PMDB nos rincões.

“Na próxima eleição, de fora à parte a nossa aliança, temos de fortalecer as lideranças nos Estados brasileiros. Desde já fica decidido que as inserções nacionais serão entregues aos estados para que os Estados façam suas campanhas estaduais. O PMDB nacional, sempre consciente da necessidade de prestigiar os companheiros nos Estados, quer revelar a importância da agremiação nacional, hoje, graças a Deus, unido e reunificado”, discursou Temer.

Com Portal Terra