O discurso da presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, que afirmou esperar que 2013 seja um ano ainda "mais complicado que 2012", repercutiu fortemente nos papéis da estatal, que registraram perdas nesta terça-feira (4), com suas ações em queda de 8,29%. Na segunda-feira, a Petrobras anunciou queda de 36% de seu lucro líquido.
O resultado negativo, encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na noite passada, foi justificado pelos "efeitos da depreciação cambial, maior participação de derivados importados no volume de vendas e aumento das despesas operacionais com maiores baixas de poços secos/subcomerciais".
"Digo que 2013 será difícil também pelo fato de estarmos mantendo um investimento muito alto na companhia e ainda pela manutenção das metas de produção", disse Graça Foster aos analistas e investidores na apresentação dos resultados da empresa para o quarto trimestre passado, na sede da estatal, no centro do Rio de Janeiro.
A meta de produção, que em 2012 era de 2,598 milhões de barris diários (petróleo gás natural) e ficou apenas em 1,98 milhões barris/dia. Para 2013 a expectativa de produção é mais baixa: 2,022 milhões de barris diários.
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No comparativo apenas do quarto trimestre, houve aumento de 39% do lucro para o mesmo período de 2011, num total de lucro líquido de R$ 7,7 bilhões. O Ebitda dos três últimos meses, que é o lucro obtido sem as contas de juros, amortização e impostos, também teve acréscimo: R$ 11,9 bilhões, aumento de 17%. No ano de 2012 consolidado, no entanto, a redução foi de 14% (R$ 53,439 bilhões).
"Estamos vivendo um cenário de convergência dos preços internacionais, e não temos como aumentar (a produção) nesse momento, apenas no segundo semestre. Se eu tivesse que dizer para os senhores, diria que vamos ficar com dois pontos negativos esse ano nesse ponto", explicou a presidente da Petrobras. "Mas temos a plena convicção de que temos a companhia em nossas mãos", tratou ainda de deixar claro.
A estatal fechou o ano passado com investimentos de R$ 84,13 bilhões, sendo que a maior parte deste montante (51%) foi destinado para os setores de exploração e produção. O segundo setor mais beneficiado foi o de abastecimento, com 34%. No plano de negócios aprovado para 2013 o total previsto de investimentos é de R$ 97,754 bilhões.
Com Portal Terra (André Naddeo)