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Ebola: 'A informação tem o poder de uma vacina preventiva', diz especialista

Fiocruz promove debate que poderá ser acompanhado online sobre ebola com especialistas

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Quem ainda tiver dúvidas sobre a atual epidemia de ebola poderá tirá-las nesta terça-feira (2), às 11h. O programa Sala de Convidados, do Canal Saúde, levará especialistas para debater ao vivo a questão do ebola e de outras epidemias. A proposta do programa será debater o que já vem sendo feito para evitar que a doença entre no país, além de explicar como a vigilância epidemiológica funciona e como é feita a preparação e atuação dos órgãos de saúde em situação de surtos e epidemias. Para quem estiver assistindo o debate, perguntas e comentários poderão ser enviados a qualquer momento durante a exibição. O Canal Saúde é uma emissora de televisão do Sistema Público de Saúde (SUS), sediada na Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Para debater a epidemia que já matou mais de 1,5 mil pessoas e que está atualmente presente em cinco países do continente africano, foram chamadas a infectologista Marília Santini, vice-diretora de Qualidade do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), a infectologista Juliana Matos, pesquisadora em Saúde Pública do INI/Fiocruz, e Wanessa Tenório Gonçalves Holanda de Oliveira, diretora substituta do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

Para o superintendente do Canal Saúde, Arlindo Fábio Gómez de Sousa, a questão da saúde não tem fronteiras e as pessoas precisam estar muito abertas a essa dimensão. “A primeira coisa que vamos fazer é mostrar um pouco o que a maioria desconhece: o impacto que uma epidemia tem. Vamos mostrar um pouco da gripe espanhola, que dizimou dezenas de milhares de brasileiros, inclusive um presidente da república, e outros milhões pelo mundo. O programa vai mostrar que essas coisas não podem ser menosprezadas, ainda mais com toda a possibilidade de intercâmbio que existe hoje”, explica.

O INI/Fiocruz foi escolhido para ser o centro de referências no país para a questão do Ebola. Na última semana, uma simulação realizada pelo Ministério da Saúde para treinar e avaliar os serviços envolvidos em possíveis casos de entrada de ebola no Brasil. O treinamento envolveu o aeroporto internacional Tom Jobim/Galeão e o INI/Fiocruz, além do trajeto envolvendo os dois locais. O INI vem se preparando – através de adaptações de infra-estrutura e treinamento de profissionais – para atuar no caso da possível chegada do vírus no Brasil através de voos internacionais, apesar de os órgãos de saúde afirmarem que a possibilidade é remota. Arlindo explica que, assim como a simulação, o debate desta terça faz parte do conjunto de ações que o instituto vem tomando como forma de preparo.

Arlindo ressalta também a importância da divulgação de informações corretas em situações de epidemia. “Às vezes, medidas bem simples podem ter impacto contra, por exemplo, uma gripe H1N1. Coisas como lavar as mãos, manter a higiene pessoal, coisas que são absolutamente corriqueiras. No caso da dengue, o fato de observar os primeiros sintomas, a hidratação. A informação no caso do ebola, ou da dengue, ou de qualquer outra epidemia, tem a dimensão de uma vacina com efeito preventivo”, avalia.

O programa Sala de Convidados poderá ser acompanhado online, no portal do Canal Saúde. Durante a exibição do programa. perguntas e comentários poderão ser enviados a qualquer momento utilizando o chat no site do Canal Saúde ou ligando, gratuitamente, para 0800 701 8122.

Surto de ebola do mundo

Até o último relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) na última sexta-feira (29), mais de 3 mil pessoas já haviam sido infectadas por ebola e 1,5 mil haviam morrido desde o começo do ano. Os infectados envolveriam vítimas da Guiné, de Serra Leoa, da Libéria e da Nigéria. A República Democrática do Congo e Senegal também já teriam apresentados casos do vírus. O Ministério da Saúde faz questão de ressaltar que, até o momento, nenhum caso suspeito apareceu no país e que a probabilidade de entrada do vírus em solo nacional é considerada muito baixa. 

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O Ebola é causado por um vírus e foi descoberto no continente africano em 1976. O período de incubação do vírus pode durar até 21 dias e sua transmissão só acontece após o início dos sintomas - por meio de contato direto com secreções da pessoa infectada, assim como por contato com superfícies ou objetos contaminados. O Ministério da Saúde considera como casos suspeitos os pacientes que apresentem febre de início súbito acompanhada de sinais de hemorragia e que tenham estado em algum dos países africanos infectados pelo vírus nos últimos 21 dias. 

* Do programa de estágio JB