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Atirador não tinha envolvimento com extremistas, diz polícia

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A Polícia Civil descartou a possibilidade do envolvimento de Wellington de Oliveira com grupos extremistas no massacre de 12 crianças da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, bairro da zona oeste da cidade. A tragédia ocorreu na última quinta-feira e, segundo os policiais, o atirador era uma pessoa desequilibrada e tramou tudo sozinho.

Nesta segunda-feira, a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática conseguiu a quebra de sigilo do correio eletrônico de Wellington de Oliveira e, agora, aguarda a resposta dos provedores para traçar um perfil do assassino. Policiais disseram que vão ser alvo da investigação os e-mails que Wellington trocou com uma pessoa durante pelo menos três meses no ano passado. Na casa onde o atirador vivia, em Sepetiba, os policiais acharam o computador queimado, mas, de acordo com os agentes, os dados podem ser recuperados.

O inquérito sobre o massacre está sendo conduzido pela Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca. Os policiais informaram que, ainda esta semana, deverá ser chamado para depor o instrutor de tiro Wilson Saldanha. Ele é credenciado pela Polícia Federal para dar aulas e foi contatado, via e-mail, por Wellington de Oliveira, que dizia querer aprender a usar uma arma para defesa pessoal.

Atentado
Um homem matou pelo menos 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã do dia 7 de abril. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da instituição de ensino e, segundo a polícia, se suicidou logo após o atentado. O atirador portava duas armas e utilizava dispositivos para recarregar os revólveres rapidamente. As vítimas tinham entre 12 e 14 anos. Outras 18 ficaram feridas.

Wellington entrou no local alegando ser palestrante. Ele se dirigiu até uma sala de aula e passou a atirar na cabeça de alunos. A ação só foi interrompida com a chegada de um sargento da Polícia Militar, que estava a duas quadras da escola quando foi acionado. Ele conseguiu acertar o atirador, que se matou em seguida. Em uma carta, Wellington não deu razões para o ataque - apenas pediu perdão de Deus e que nenhuma pessoa "impura" tocasse em seu corpo.