Os mistérios por trás da motivação de Wellington Menezes de Oliveira, atirador que invadiu, na manhã de ontem, uma escola municipal no Realengo, Zona Oeste do Rio, e deixou, até o fechamento desta edição, 13 adolescentes mortos, intrigam os especialistas. Em entrevista ao Jornal do Brasil, Ilana Casoy, especialista em criminologia e autora dos livros Serial killer - Louco ou cruel? e Serial killers – Made in Brasil descreve o perfil do atirador, fala da comercialização de armas no país e relembra caso semelhante ocorrido há dez anos, na Bahia.
Qual a diferença entre esses assassinos que matam várias pessoas de uma vez e os serial killers clássicos?
Assassinos em série matam vítimas de mesmo perfil, com motivo simbólico e intervalo de tempo entre um assassinato e outro. Já os em massa matam quatro ou mais vítimas, em um só local, um só evento, em uma explosão de violência. Agem, em geral, contra um grupo que supostamente o oprimiu, ameaçou ou rejeitou. São, na maioria, do sexo masculino, brancos, conservadores e costumam ter histórico de humilhações. A explosão deles se dá, em geral, contra o grupo que responsabiliza pela opressão, rejeição ou ameaças que sofreu. Normalmente se suicidam após sua ação, sempre de grande impacto.