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A consciência das máquinas

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Be bês têm curiosidade por qua- se tudo , e se inter essam princi- palmente pelo que os adultos f a - z em. Esta curiosidade induz ao apr endizado . C om 18 meses, os be bês são e xtr emamente curio- sos. P ensando nisso , uma equipe d e pesquisador es da Uni v er sidade de W ashington está estudando co - mo as crianças r econhecem a di - fer ença entr e r obôs e humanos, ob - ser v ando como eles identificam quais entidades são “agentes cons - cientes”, que podem até pensar e sentir. Uma pesquisa publicada este mês na r e vista

Neur al Networks

fo r - nece uma pista sobr e como os be bês decidem se um no v o objeto , como um r obô, é consciente ou inanima - do . Os r esultados mostr ar am que os be bês que obser v ar am o r obô in - ter agindo com as pessoas se inte - r essar am mais por conhecê-lo , con - tr a os be bês que não vir am o dis - positi v o inter agindo . – Be bês apr endem mais atr a vés de inter ações sociais, mas o que torna uma coisa “social” par a um be bê? – questiona Andr e w Melt- z off , a utor do r elatório e co-di- r etor do Instituto de A p r endiza- gem e C iências do Cér e br o d a Uni v er sidade de W ashington. – O q u e par a o be bê dá um significado especial à coisa não é apenas o que ela par ece ser , mas como ela se mo vimenta e inter age com os ou - tros. Os pesquisador es acr editam q u e o s b e b ê s p r ovave l m ente vi- riam o r obô como u m ser cons- ciente se per ce bessem outr os se- r e s humanos, amigáv eis, inter a- gindo socialmente com ele. – Os be bês pr ocur am em nós orientação sobr e como i nter pr e- tar as coisas; se tr atarmos algo como um agente psicológico , eles também irão tr atá-lo assim – d iz Meltz off . – A inda mais inter es- sante: eles apr enderão com isso , por que a inter ação social a br e as portas par a apr endizados. Dur ante o e xperimento , um be - bê de 18 meses sentou no colo do pai, de fr ente par a Rec hele Br ooks, pr ofessor a-assistente da pesquisa da Uni v er sidade de W ashington, e co-autor a do estudo . Segundo a equipe, 64 be bês participar am da pesquisa, e f or am testados indi - vidualmente. Eles ficar am com brinquedos por alguns min utos, ha bituando-se ao cenário e xperi - mental. Quando começar am a se sentir conf ortáv eis, Rec hele r emo - v eu uma di visória que escondia um r obô humanóide metálico com br a - ços, pernas, tr onco e uma ca beça em f orma de cubo , que continha lentes de câmer as nos olhos. O r o b ô – contr olado por um pesquisador escondido – acenou, e Rec hele disse “este é o nosso r obô”. Seguindo um r oteir o , Rec hele per guntou ao r obô, c hamado de Mor p h y , se ele queria brincar , e em seguida o le v ou par a um jo go . Ela per gunta v a “onde está sua barriga?” e “onde está sua ca- beça?” e o r obô aponta v a. Depois, a pesquisador a mo vimenta v a os br aços e Mor p h y imita v a. Ao fim de um r oteir o de 90 segundos, Rec hele saiu da sala. Os pesquisador es então a v alia- r am se o be bê pensa v a que o r obô er a mais do que peças de metal. A m aioria dos be bês – 13 de 16 – que vir am o r obô brincar com Re - c hele acompanhou seu olhar . E m um g rupo de be bês que esta v am f amiliarizados com o r obô, porém não tinham visto Mor ph y participar de jo gos, apenas três de 16 vir ar am par a onde o r obô esta v a olhando .

Implicações para a r obótica

O estudo tem implicações par a r obôs humanóides, afirma o co-au - tor Rajesh Rao , pr ofessor associado de ciência da computação e en - genharia na Uni v er sidade de W ashington e c hefe do la bor atório de sistemas neur ais da uni v er sida - de. Rao ajudou a desen v olv er pr o - g r amas de computador que fiz er am Mor p h y par ecer social. – Se v ocê quiser criar um r o bô de companhia, não é suficiente f az er com que ele par eça humano – diz Rao . – O r obô de v e também ser capaz de inter agir socialmen- te com humanos, um desafio in- ter essante par a a r obótica.

ROBÓTICA

Bebês tratam como ser es conscientes r obôs pr ogramados para ser em sociais

DivulgaçãoROBÔ MORPHY – Pesquisador es dizem que o estudo r epr esenta avanços para a r obótica

T radução: Maíra Mello