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PMs suspeitos de envolvimento na morte de Juan são afastados

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O coronel Maria Sergio Duarte, comandante geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, afastou das atividades do 20º BPM, nesta quarta-feira, os quatro policiais suspeitos de envolvimento na morte do menino Juan Moraes, 11 anos. Os oficiais deverão comparecer diariamente na Diretoria Geral de Pessoal, mas não realizarão trabalhos administrativos ou policiais.

A criança desapareceu no dia 20 de junho, após troca de tiros entre policiais e traficantes na favela Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Juan, seu irmão Wesley, 14 anos, e Vanderson dos Santos de Assis, 19 anos, foram baleados. Wesley afirma ter visto o irmão sendo atingido e caíndo no chão. Poucos minutos depois, o menino desapareceu.

Para Duarte, ainda não há indícios que provem o envolvimento dos PMs no sumiço e morte do garoto, mas, caso seja comprovado, os oficiais serão expulsos imediatamente da corporação e o caso será levado à Justiça.

"O que choca é um menino de 11 anos, covarde e barbaramente assassinado e que teve o corpo escondido. É sempre muito mais chocante, para nós, as acusações contra os nossos policiais". O coronel disse ainda que uma sindicância interna, conduzida pelo 20º BPM, está colaborando com as investigações desde o surgimento da denúncia. Duarte diz que os depoimentos foram tomados pela PM, mas que a coleta de provas é feita pela Polícia Civil. "Não descartamos hipótese nenhuma", disse.

O coronel falou sobre o histórico de autos de resistência ¿ registro de ocorrência de morte em conflito com a polícia - por parte dos PMs suspeitos. "Tivemos governos que estimulararam os conflitos. No passado era gratificação faroeste", afirmou Duarte. O oficial disse que, atualmente, a política da PM é de estimular a redução desses autos com gratificações e metas.

No início da tarde desta quarta-feira, após a confirmação da morte do menino Juan, a Polícia Civil fluminense decidiu afastar o titular da 56ª Delegacia da cidade, Cláudio Nascimento, responsável pelas investigação do caso. Um corpo, que havia sido encontrado no dia 30 de junho em um lago, na região de Belford Roxo, é da criança, segundo exame de DNA. A chefia de polícia não deu detalhes, mas a medida ocorre diante das críticas pela demora nas investigações periciais.