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Explosão de bueiros: pedestres relatam cheiro de gás em ruas do Centro

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Um dia depois de quatro bueiros explodirem no Centro do Rio, pedestres que passam no trecho entre a Avenida Rio Branco e a Rua da Carioca reclamam de cheiro fortíssimo de gás no local. Após perícia nos bueiros onde ocorreram as explosões, peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli devem divulgar as causas do problema ainda na tarde desta terça-feira.

A vistoria que aconteceu nesta manhã contou com peritos do ICCE,  técnicos da Light e da CEG. O grupo alegou não haver presença de gás e nem problemas na câmara subterrânea, contrariando o relato dos pedestres.

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Para evitar novos acidentes, a área da esquina da Avenida Nilo Peçanha com Rua da Assembleia permanece interditada e isolada. As caixas subterrâneas da Light devem continuar abertas.

As equipes da Light só poderão acessar a rede da empresa para iniciar os trabalhos de manutenção depois da liberação dos peritos. De acordo com a fornecedora de energia elétrica, não há falta de luz na região.

Light continua sem nenhuma multa

Em entrevista à Agência Brasil, o promotor de Justiça de Defesa do Consumidor Rodrigo Terra informou que o Ministério Público do estado acompanha os novos fatos em “compasso de espera”, já que está prevista para amanhã (6) a assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que prevê multa de R$ 100 mil em caso de novas explosões em bueiros na cidade. Ele disse, no entanto, que a nova ocorrência aumenta a pressão sobre a companhia. Caso o TAC não seja firmado, a Light poderá ser multada em valores ainda mais altos.

“Para eles é interessante resolver isso logo, porque, se não for assinado o TAC do jeito que está redigido, a Justiça vai ter que dar sua decisão e aí há o risco de a multa ser ainda mais elevada, podendo chegar a R$ 1 milhão por explosão. A pressão sobre a Light aumentou muito nas últimas 24 horas, porque ninguém aguenta mais o risco de ser atingido por tampa de bueiro. O caso isolado já é grave e repetido, da forma como vem acontecendo, é inaceitável”, disse Terra.

Em negociação prévia, o Ministério Público (MP) exigiu o pagamento de R$ 100 mil em casos de morte, lesão corporal (leve, grave ou gravíssima) e danos aos patrimônios público ou privado, mas os advogados da empresa sugeriram que a punição fosse aplicada apenas para acidentes com feridos graves ou mortos. O MP, então, recusou a contraproposta e a empresa prometeu se posicionar até o fim do dia, após reunião de diretoria.

Prefeitura vai processar LIght

A prefeitura do Rio emitiu nota na noite de ontem (4) informando que vai multar a Light por danos ao patrimônio público e interrupção de vias públicas. O valor, no entanto, não foi divulgado. Ainda de acordo com o documento, a Procuradoria-Geral do Município do Rio está preparando uma medida legal contra a empresa diante da “exposição a perigo da população da cidade do Rio de Janeiro causada pelas recorrentes explosões”. A administração municipal também classificou como “inaceitáveis” as ocorrências.

Na nota, a prefeitura lembra, ainda, que foi criada uma comissão de acompanhamento da situação após explosão, em abril deste ano, de uma caixa subterrânea em Copacabana, na zona sul da cidade. Coordenado pela Secretaria de Conservação e Serviços Públicos, o grupo se reuniu com a Light por diversas vezes, mas, conforme o documento, a companhia informou à prefeitura que não tinha conhecimento “de risco iminente em qualquer logradouro da cidade”.

Com Agência Brasil