Depois da manifestação na orla de Copacabana, no último domingo, para reivindicar melhorias salariais ao governador Sérgio Cabral, muitos guarda vidas receberam um memorando que, segundo eles, foi enviado a pedido do Comando Geral do Corpo de Bombeiros Militares do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ).
O documento pede que aqueles que tiverem participado da manifestação na orla se identifiquem assinando o documento. O mesmo seria enviado à cúpula da corporação.
O Jornal do Brasil foi procurado por um grupo de bombeiros lotado no 2º Grupamento Marítimo, na Barra da Tijuca (Zona Oeste do Rio), que acusa o alto comando dos Bombeiros de perseguição aos que se organizam para reclamar melhorias durante o governo de Sérgio Cabral.
"Temos o direito de nos manifestar contra aquilo que não vemos como justo dentro do nosso trabalho. Somos trabalhadores e queremos ter no mínimo um salário digno", reclamou um deles, sem querer se identificar por temer represálias.
Seu colega de profissão, um outro cabo que é bombeiros há 12 anos, alega que apenas os bombeiros que estavam de folga receberam o documento. "Pediram que quem foi à manifestação na orla assinasse o documento que vai seguir para o Comando Geral. Eu tenho a impressão de que eles sabem quem participou", contou.
O Comando Geral foi procurado pelo JB no fim da manhã para informar se foi o responsável por emitir o documento, mas até as 20h desta terça-feira (19) não havia se pronunciado sobre as acusações dos militares.
Novo ato
Uma nova passeata está sendo programada para esta quarta-feira (20), às 13h. Um grupo deve seguir do Largo do Machado (Zona Sul do Rio) rumo ao Palácio Guanabara para tentar falar com o governador Sérgio Cabral. Na pauta de reivindicações está a diminuição de parcelas de um aumento concedido no início do ano.