RIO - No dia 27 de novembro de 2010, o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, delegado Allan Turnowski, ligou cinco vezes, em menos de uma hora, para o inspetor Christiano Gaspar Fernandes, um dos principais alvos da Operação Guilhotina, deflagrada pela Polícia Federal e que já levou à prisão 39 pessoas, sendo 30 policiais suspeitos de envolvimento em crimes.
Os telefonemas de Turnowski para Christiano foram grampeados por agentes federais com autorização da Justiça. Até agora, sabia-se apenas de um telefonema de Turnowski para o inspetor, que está preso. As ligações ocorreram no dia em que as forças de segurança se preparavam para invadir o complexo do Alemão, após a ocupação da Vila Cruzeiro.
Na semana passada, Turnowski foi indiciado pela Polícia Federal por vazamento de informação sobre a Operação Guilhotina, que apontou que 32 policiais civis e militares desviavam armas do tráfico, faziam parte de milícias e vendiam informação sobre ações da polícia. O ex-chefe de Polícia negou que tenha vazado informações.
- A única conversa gravada em que eu falo sobre a 22ª DP (Penha) é a respeito de um preso que o secretário mandou que eu checasse. Eu falei com o inspetor e realmente existia o preso. Depois, há o diálogo em que eu digo que a nossa corregedoria estava de olho nele, que ele ficasse muito atento, que procedesse dentro da lei - explicou Allan Turnowski naquela ocasião.
O ex-chefe de Polícia Civuil também é acusado por uma testemunha de receber propina de contraventores e de uma quadrilha de contrabandistas que atuaria no camelódromo da Uruguaiana.
No início da semana passada, ele foi afastado do comando da Polícia Civil e substituído pela delegada Martha Rocha .