Angélica Paulo e Jaime Gonçalves Filho, JB Online
RIO - Moradores do entorno do prédio do Instituto Médico-Legal Afrânio Peixoto, na Lapa, Centro do Rio, já podem respirar aliviados. Com a proximidade da transferência do órgão para um novo local, na Avenida Francisco Bicalho, em São Cristóvão, problemas como o mau cheiro decorrente da presença de cadáveres, que afasta até mesmo novos inquilinos de imóveis na área, tem data para terminar.
O novo prédio do IML também promete ser a solução para diversos outros males que afligem seus atuais vizinhos. Construído a partir de um convênio entre o Tribunal de Justiça e o governo do Estado, a obra terá custo total de R$ 12 milhões, como informa a assessoria de imprensa das Delegacias Legais, incluindo a compra de equipamentos importados.
A falta de uma previsão exata para a inauguração do prédio, que inicialmente deveria acontecer em 120 dias, deve-se à nova tecnologia que será empregada no IML de São Cristóvão. As instalações devem ser entregues entre final de março e início de abril. O início do funcionamento, entretanto, deve ficar para julho.
Segundo o diretor de Polícia Técnico-Científica, Walter Barros, o novo IML contará com o que há de mais moderno na realização de exames corpo delito, identificação de causas de morte e armazenamento de cadáveres.
Equipamentos hoje utilizados, como geladeiras, não serão reaproveitados com a transferência da perícia técnica para a futura sede.
Cursos de capacitação
Com as inovações, funcionários antigos farão cursos de atualização e receberão treinamento para aprender a lidar com os equipamentos de trabalho:
O principal motivo para a mudança de local é que a sede do IML data de 1949 diz Barros, que descreve as mudanças: Teremos um sistema de climatização do ambiente que não permitirá que os problemas que hoje ocorrem no prédio do Centro, como mau cheiro, aconteça nas novas instalações.
Novos inquilinos
O antigo prédio do Centro da cidade, porém, não será abandonado pela instituição, como temem moradores e comerciantes no local, transformando-se em local propício a mendigos, ratos e insetos. Segundo Walter Barros, o prédio continuará a ser utilizado pelo Instituto Médico-Legal.
O destino do edifício do Centro ainda não foi definido, mas o local não será desativado por completo. Como o IML tem um acervo de documentos muito grande, provavelmente o local será utilizado como arquivo.
A mudança do IML anima não só os moradores da Rua dos Inválidos e adjacências, mas também os proprietários de imóveis na área, que vêem a transferência com otimismo.
Presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (ADEMI-RJ), Rubem Vasconcelos prevê que a área será revitalizada, atraindo novos inquilinos.
O órgão funciona como um obstáculo para o espaço de ocupação. Ninguém quer morar ou abrir um negócio em um local tendo o IML como vizinho, com toda a carga de problemas que ele traz sentenciou.
Rubem explica, porém, que a transferência do instituto não vai interferir no valor de aluguel ou venda dos imóveis no entorno.
O que vai acontecer é uma maior procura por apartamentos naquela área.