Agência JB
RIO - Em entrevista coletiva que está sendo realizada, na tarde desta sexta-feira, na estação Central do Brasil, no Centro do Rio, o presidente da SuperVia, Amin Alves Murad, disse que o acidente envolvendo duas composições, a 200 metros da estação de Austin, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, foi inesperado e atípico. Segundo ele, a possibilidade de ocorrer uma colisão entre dois trens são praticamente nulas.
Murad também rebateu a suspeita levantada pelo delegado titular da 58ª DP (Posse), José Pacífico Marques, de que havia um treinamento de funcionários no momento do choque entre as composições que deixou um saldo de oito mortos e 111 feridos, na tarde desta quinta-feira. Ele explicou que a composição que estava com o maquinista e mais dois funcionários da manutenção fazia um teste habitual, já que acabara de sair da oficina. Murad disse ainda que o maquinista que fazia a manobra é um profissional experiente.
O presidente da SuperVia forneceu dados sobre o total de falhas mínimas e máximas detectadas nos trens em 2007. No total, segundo ele, foram 1.800. A previsão é de que esse número não passe de 3.000 mil, até o final do ano. Ainda segundo Murad, o quantitativo de ocorrências está dentro dos padrões internacionais. Ele revelou ainda que em 2005 foram 12 mil falhas e 6 mil em 2006.
Amin Murad informou também que as caixas pretas com os diálogos entre os maquinistas e a central de controle de tráfego já estão com os seis integrantes da comissão interna da SuperVia que investigará as causas do acidente. O primeiro laudo ficará pronto em dez dias. Dos 147 trens da empresa, apenas 17 são novos e 30 foram reformados.
A partir do dia 15 de setembro, a passagem de trem sofrerá reajuste. A tarifa que hoje é de R$ 2 passará para R$ 2,10. Conforme Murad, o reajuste fora aprovado em dezembro de 2006.
A tarde desta sexta-feira marcou a liberação do tráfego no ramal da Central do Brasil, no trecho entre Austin e Japeri, na Baixada Fluminense. As estações também estão funcionando normalmente. Neste período, técnicos da comissão interna da Supervia, da Defesa Civil e da Agetransp, agência reguladora de trasnportes, estiveram no local do acidente fazendo um estudo e levantando dados sobre o que poderia ter ocasionado a colisão das duas composições. Os trabalhos continuarão na próxima semana.
Desde às 16h09, desta quinta-feira, o tráfego estava interditado. Os trens que seguiam da Central do Brasil só puderam seguir até a estação de Comendador Soares. Passageiros que seguiam para Austin, Queimados, Engenheiro Pedreira tiveram que utilizar ônibus ou o transporte alternativo.