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Rio: Casal é assassinado na Grajaú-Jacarepaguá

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Renata Machado, Agência JB

RIO - Na semana em que o foco da polícia e das autoridades de segurança pública está voltado para as divisas do Estado e para a Linha Vermelha, que passou a ser patrulhada por 276 policiais nesta segunda-feira, a Estrada Grajaú-Jacarepaguá foi alvo de um crime de assassinato, na madrugada desta quarta-feira, em que dois jovens foram mortos. O casal de namorados Rafael Mendes Figueiredo, de 24 anos, e Juliana Roberto Alves, de 25, foram assassinados por volta das 4h45, quando voltavam de um pagode com o grupo Revelação na quadra da escola de samba Salgueiro, na Tijuca.

O comerciante dirigia um Citroën C3 de cor cinza, placa KUF 6401, e estava indo para a Taquara deixar a comerciária em casa. Rafael, que mora no Humaitá, iria dormir em Jacarepaguá na casa do amigo Mauro Jr., integrante do grupo Revelação. Mauro havia passado na mesma via cerca de 15 minutos antes do crime, que aconteceu na altura do número 2.600, no final da serra.

A estrada estava toda escura de madrugada e não tinha policial na cabine da PM (que fica a cerca de 400 metros do local do assassinato) disse o pagodeiro, perturbado com o fato e lamentando o ocorrido. Nunca passo por aqui. Ele também não. É muito perigoso, mas não sei por que ontem cismei de vir por aqui.

Os corpos foram encontrados na grama do canteiro lateral esquerdo da estrada, sentido Jacarepaguá. O carro estava todo perfurado de balas de pistola 45 e carabina calibre 30. Juliana foi atingida na cabeça e Rafael, na cabeça e no peito. Um policial do 18º BPM (Jacarepaguá), que esteve no local, descartou a possibilidade de o casal ter furado uma falsa blitz hipótese que alguns amigos do casal chegaram a cogitar.

O carro está todo furado na frente. Os bandidos podem ter seguido os dois e os fechado. Mas como eles não devem ter parado, saíram atirando supôs o policial, dizendo, ainda, que Rafael poderia ter sido confundido com um policial. Por ele ser forte e ter cabelo cortado baixo, os bandidos podem tê-lo confundido com um PM.

Ainda segundo o policial, o casal foi assassinado do lado de fora do carro onde havia uma enorme poça de sangue. Já os amigos das vítimas desconfiam de que Rafael e Juliana tenham sido abordados quando diminuíram a velocidade para passar pelo radar, localizado pouco antes do local do crime.

O carro não tem marca de batida, não deve ter sido perseguido disse o economista Luiz Eduardo Rezende, 32 anos, amigo de Rafael. Ele era uma pessoa maravilhosa e não era capaz de fazer nada de ruim.

O tio de Rafael, Paulo Roberto Eiras Goulart, 36, refutou o boato de que o sobrinho teria ligações com o tráfico. Rafael era dono de uma gráfica e de uma loja de pet shop no Humaitá. Juliana trabalhava em uma loja de artigos esportivos no BarraShopping.

Isso é um absurdo. É conversa fiada esse negócio de que o Rafel teria envolvimento com o tráfico negou Paulo. Era um ótimo rapaz, trabalhador. Tinha aquele porte todo, mas era do bem. Para brigar com alguém o mundo tinha que acabar.

O caso está sendo investigado pela 41ª DP (Tanque).