RIO

Morre menina de três anos baleada por agente da PRF

Heloísa dos Santos Silva sofreu uma parada cardiorrespiratória irreversível na manhã deste sábado, após nove dias internada em estado gravíssimo

Por Gabriel Mansur
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Publicado em 16/09/2023 às 12:42

Alterado em 16/09/2023 às 13:06

Heloísa foi baleada pela polícia Foto: Reprodução

Morreu na manhã deste sábado (16), por volta das 9h22, no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, a menina Heloísa dos Santos Silva, de três anos. Ela estava internada desde o dia 7 de setembro depois de ter sido baleada na cabeça em uma abordagem da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Arco Metropolitano, na altura de Seropédica. Foram nove dias no CTI.

O crime aconteceu quando Heloísa e outras quatro pessoas que ocupavam o carro, todos seus familiares, inclusive seu pai, que era o motorista, voltavam de Itaguaí, na Região Metropolitana do Rio, para Petrópolis, onde moram. Os policiais da PRF alegaram que seguiram o veículo Peugeot 207, suspeitando que fosse roubado, e tentaram realizar uma abordagem. Durante a ação, três disparos de fuzil foram efetuados, atingindo a menina.

O agente Fabiano Menacho, responsável pelos disparos, disse em depoimento que escutou som de arma de fogo vindo do carro da família de Heloísa. De acordo com ele, essa situação o fez atirar contra os passageiros. Os outros agentes, Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro e Wesley Santos da Silva, confirmaram a versão do colega.

Segundo o boletim médico divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde, Heloísa, que estava em estado gravíssimo, sofreu uma parada cardiorrespiratória irreversível nesta manhã. A menina já havia piorado na quinta passada (14), quando precisou ser reanimada por seis minutos após sofrer uma parada cardíaca.

Lorrany Santos, prima de Heloísa, tinha reforçado neste sábado os pedidos de orações pela garota. “Gente, pelo amor de Deus, SÓ OREM PELA VIDA DA HELOISA. Só peço isso agora”, publicou em rede social.

PRF emite nota de pesar

A PRF emitiu uma nota de pesar. “Solidarizamo-nos com os familiares, neste momento de dor, e expressamos as mais sinceras condolências pela perda”, diz o texto.

A instituição informou ainda que a Comissão de Direitos Humanos segue acompanhando a família “para acolhimento e apoio psicológico”.

A Polícia Rodoviária Federal e o Ministério Público Federal estão investigando a conduta dos agentes da PRF envolvidos no incidente. Outro agente da PRF, que entrou na unidade de tratamento intensivo onde a menina estava internada, está sob investigação. Sua ida ao hospital foi sem autorização, e as motivações para sua presença estão sendo apuradas. O agente poderá enfrentar acusações de abuso de autoridade.

Imagens das câmeras de segurança do hospital mostram o agente, identificado apenas pelo primeiro nome, Newton, entrando no local, sem se identificar, e sendo seguido por um segurança até o corredor da emergência pediátrica.

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