RIO
Governador do Rio diz que operação que terminou com 25 mortos foi ação de 'inteligência'
Por Jornal do Brasil
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Publicado em 07/05/2021 às 07:51
Alterado em 07/05/2021 às 14:25
A operação terminou com 25 mortos, sendo 24 civis e um policial. A polícia disse que as vítimas eram traficantes, mas não revelou suas identidades e os crimes que teriam cometido.
Segundo a polícia, foram necessários 10 meses de trabalhos para a conclusão da operação. Especialistas em segurança pública e a Defensoria Pública criticaram a ação, considerada a mais letal da história do estado do Rio de Janeiro, devido ao alto número de mortos.
O Ministério Público informou que vai abrir investigação independente sobre os fatos ocorridos no Jacarezinho, e que está apurando "fundamentos e circunstâncias que envolvem a operação e mortes decorrentes da intervenção policial".
O órgão disse que o canal de atendimento do MP recebeu denúncias sobre a ocorrência de "abusos".
Por meio de nota, o governador disse ainda ser "lastimável que um território tão vasto seja dominado por uma facção criminosa que usa armas de guerra".
Minha manifestação sobre ontem no Jacarezinho. pic.twitter.com/n0TbILHRjj
— Eduardo Paes (@eduardopaes) May 7, 2021
'Mínimo de inteligência'
A presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Municipal, vereadora Teresa Bergher (Cidadania) afirmou que é preciso "cobrar da polícia um mínimo de inteligência, para evitar novos banhos de sangue, que não resolvem absolutamente nada".
A operação ocorreu na manhã desta quinta-feira (6) na zona norte do município do Rio de Janeiro. Além dos mortos, cinco pessoas ficaram feridas, duas delas em um vagão do metrô que passava pelo local.
A polícia afirmou que o alvo da operação, batizada de Exceptis, foi uma facção criminosa que atua na favela do Jacarezinho, que seria responsável por homicídios, roubos, sequestros de trens e o aliciamento de crianças para atuarem no tráfico local.
Agentes percorreram diferentes pontos da comunidade com auxílio de blindados, em viaturas e a pé. O delegado Ronaldo Oliveira negou que tenha havido execução. "Para deixar bem claro: quem não reagiu, foi preso. Ou foi preso ou fugiu", afirmou.
Moradores, no entanto, relatam que a ação da polícia ficou extremamente violenta após a morte do agente.
Determinação do STF
A Polícia Civil afirmou ainda que a realização da operação foi comunicada ao Ministério Público. Recentemente, o Supremo Tribunal Federal determinou que as ações em comunidades no Rio de Janeiro, para ocorrer, precisam ser comunicadas ao órgão para receber autorização.
A decisão permite ações apenas em "hipóteses absolutamente excepcionais". A polícia e autoridades do governo estadual argumentam que o decreto prejudica o combate ao crime. O delegado Rodrigo Oliveira afirmou que "a falta de operação dá um péssimo resultado".
O argumento para a suspensão das operações são os relatos de abusos da polícia e os constantes casos de mortes de inocentes. (com agência Sputnik Brasil)
PARA PENSAR:
— Reinaldo Azevedo (@reinaldoazevedo) May 7, 2021
1 - Milicianos ocupam 57,5% do território no Rio.
Nunca houve mega-operação contra milicianos.
2 - facções do tráfico ocupam 15,4%.
3- em 25,2%, há disputa ou parceria.
Em Jacarezinho, onde houve o massacre, a milícia nunca conseguiu entrar.
Entendem?
Discurso 'bolsonarista'
No Twitter, diversos internautas observaram o "tom bolsonarista" do discurso dos responsáveis pela operação, em entrevista coletiva após a matança. Na mesma rede social, os três filhos do presidente Bolsonaro comemoraram as mortes.
Ouço na Globonews um delegado da polícia civil fazendo o balanço da “operação” no Jacarezinho. Ataca o STF por restringir o “trabalho” da polícia e fala nos direitos do “cidadão de bem”. Jargão e raciocínio bolsonaristas. Minha convicção: essa merda foi planejada desde cima para
— Fernando de Barros e Silva (@fernandobarros) May 6, 2021
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