RIO

Os 456 anos do Rio de Janeiro

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Por EVERTON GOMES
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Publicado em 05/03/2021 às 19:03

Alterado em 05/03/2021 às 19:03

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O Rio de Janeiro completou, no dia primeiro de março, 456 anos. Entre as comemorações, apesar da pandemia que isola parte da população, exposição de fotos nos postos de salvamento da orla, entrega de medalhas dos homenageados com a Ordem do Mérito Cultural Carioca 2020 e anúncio da celebração dos 90 anos do Cristo Redentor.

Os moradores, principalmente os trabalhadores da cidade, obrigados a viajar em meios de transportes coletivos superlotados (apesar dos riscos de contágio), como ônibus, trem e metrô, sofrem, atualmente, problemas complicados, além da pandemia .

Os impasses foram causados pelo descaso dos gestores públicos, nos últimos anos. A cidade precisa de segurança, reurbanização, solução para o esvaziamento do Centro da Cidade (abandonado à própria sorte), arborização das praças e áreas de lazer, despoluição das praias, rios e lagoas.

O Rio de Janeiro não é mais o mesmo e pede socorro.

Todos nós, cariocas e fluminenses, moradores da cidade e de outros municípios vizinhos, no Estado do Rio de Janeiro, gostaríamos que a, outrora tão cantada, Cidade Maravilhosa fosse resgatada e surgisse, novamente, linda, sem violência, majestosa, sob as ondas do mar e em horizonte azul, igual ao céu, dourado, como o sol.

Situado no Sudeste brasileiro, o Rio de Janeiro é o maior destino turístico internacional do Brasil. É segunda maior metrópole do país, depois de São Paulo.

Fundada em primeiro de março por Estácio de Sá, em 1565, a cidade tem como ícones paisagísticos e culturais o Corcovado, o Pão de Açúcar, as praias de Copacabana, Ipanema, Leblon e Barra da Tijuca, os estádios do Maracanã e Nilton Santos, o bairro da Lapa, o Theatro Municipal, as florestas da Tijuca e Pedra Branca, a Quinta da Boa Vista, a Biblioteca Nacional, a Ilha de Paquetá, o carnaval, a Bossa Nova, o samba e a simpatia do povo.

Parte da cidade foi designada Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco, em 2012.
Depois de sua fundação, em 1565, o Rio de Janeiro foi capital da corte portuguesa do Estado do Brasil, entre 1763 e 1815, do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, entre 1822 e 1889, e da República dos Estados Unidos do Brasil, entre 1889 até 1960, quando a sede do governo foi transferida para Brasília.
Em 1992, o Rio de Janeiro sediou a Rio-92, conferência da ONU para o meio-ambiente, com presença de delegações de 175 países.

Em 2007, foi sede dos Jogos Pan-Americanos e de sete jogos da Copa do mundo de 2014.

Foi sede dos Jogos Olímpicos de Verão de 2016.

Na última década, a violência da cidade aumentou consideravelmente. A desigualdade de renda e o desemprego fizeram com que aumentasse o número de mendigos.

Desde o início da pandemia, a população começou a sofrer as consequências da falta de planejamento para que a qualidade de vida da cidade pudesse fluir.

Lojas, hotéis, livrarias, restaurantes e postos de serviços fechados, falta de perspectivas econômicas, caos urbano.

Mas, os turistas insistem em visitar a cidade lindíssima (durante a pandemia são muitos os turistas brasileiros). Os moradores resistem e continuam a persistir na esperança.

No Rio de Janeiro, escritores como Machado de Assis, Olavo Bilac, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Guimarães Rosa, Cecília Meireles, Graciliano Ramos, entre outros, e músicos e poetas como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Pixinguinha, viveram durante a maior parte de suas vidas e seguiram em suas carreiras.

Os artistas e poetas adoram a cidade. Mas, muitos estão afastados das ruas, pelo isolamento aconselhado pelas autoridades sanitárias.

A cidade já passou por várias reformas urbanísticas.

Francisco Pereira Passos ( 1836-1913) inspirou-se em Paris para transformar a aparência do Rio, quando foi prefeito do então Distrito Federal, entre 1902 e 1906.

Agora, o Rio de Janeiro precisa, imediatamente, que seja executado o novo plano urbanístico, anunciado pelas autoridades da Prefeitura.

Para que o município volte a ser, realmente, o máximo, os gestores precisam apenas priorizar a educação, a saúde e a cultura, além de incentivos para a criação de empregos e de habitação.

O Rio de Janeiro tem tudo para ser, novamente, a Cidade Maravilhosa. Temos que ser otimistas. Como dizia Vinicius de Moraes, "é melhor ser alegre do que triste ".

Vamos acreditar.

* Cientista político