ASSINE
search button

Pag. 8 - Para piorar a espera, lanche caro

Compartilhar

O paraibano Avelino Souza Melo, 69 anos, foi mais precavido e estava pronto para encarar as 48 horas de viagem num ônibus até João Pessoa.

– Quando cheguei para o Natal, comprei logo a da volta – lembrou ele, que passou as festas na casa dos filhos Ricardo e Rosana, em Santa Cruz da Serra. – Não vinha ao Rio havia oito anos, fiquei 30 dias aqui e vi que a cidade está bem menos violenta, depois que a polícia passou a ocupar os morros.

As estudantes irlandesas Roisin Hennessy e Lia Nevin curtiram o Réveillon em Copacabana. Sentadas no chão, aguardando cinco horas pelo embarque para Paraty, onde passarão o restante das férias, passavam o tempo de forma original.

– Nada melhor do que comer maçãs até nosso ônibus deixar o Rio – brincou Roisin.

Ônibus extras das 42 empresas chegavam e saíam lotados.

Nas 51 bilheterias, o movimento era intenso. – É que muita gente deixou para ir embora hoje, e não no sábado – acreditava a balconista Vanessa Nascimento.

Até as freiras Beatriz Pitinini e Eunice Camilo, do Convento Santa Marcelina, no Alto da Tijuca, tiveram problemas.

– Só encontrei passagem para Florianópolis para o dia 6 – lamentava a catarinense Beatriz, feliz por um só motivo: – O Natal e o Réveillon do Rio foram de plena paz.

Além da dificuldade de encontrar bilhetes de volta, os passageiros reclamavam dos preços inflacionados das lanchonetes da rodoviária.

– Uma esfiha é R$ 4,50, o refrigerante, R$ 3,50 e um guaraná R$ 3. Um absurdo – criticava a bancária Neusa Dias.

Nos arredores do terminal, ambulantes tinham preços até três vezes menores, mas reclamavam dos guardas municipais.

– Aqui, o refrigerante é R$ 1,50, mas eles não deixam a gente trabalhar, a mando da direção da rodoviária, que explora os passageiros – advertia a ambulante Mara de Jesus.

A direção da Novo Rio não se pronunciou.